terça-feira, 27 de novembro de 2012

PEREMPTÓRIO GOVERNADOR PETISTA TARSO GENRO NÃO TEVE ESCAPATÓRIA, FOI OBRIGADO A MANDAR DEMITIR O DIRETOR-GERAL DO DAER



Posted: 26 Nov 2012 07:00 PM PST
Vitor Vieira (VideVersus)

O arquiteto José Francisco Thormann, que estava no cargo de diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) desde setembro de 2011, foi defenestrado do cargo nesta segunda-feira. O governador do Estado, o peremptório petista Tarso Genro, decidiu pela exoneração no começo da tarde desta segunda-feira, sem outra saída, depois de publicação de matéria pelo jornal Zero Hora, que comprovou que o funcionário do DAER aceitou mordomias de empresa privada. A divulgação do fato foi uma vingança do PT. Um dos pivôs da saída do deputado federal Beto Albuquerque da Secretaria de Infraestrutura e Logística, Thormann teve uma viagem à Suíça paga por uma empresa subcontratada pelo governo do Estado para obras na Rota do Sol e tinha uma procuração de amplos poderes para atuar em nome de uma consultoria privada. A partir de uma troca de e-mails de Thormann com a gerente da empresa Geobrugg AG no Brasil, surgiu a oportunidade para o diretor ir à Suíça com as despesas pagas pela companhia. Thormann se ausentou do trabalho entre os dias 17 e 27 de junho. Antes de ir à Suíça, ele passou por Lisboa, em  Portugal. Além das atividades no Daer, Thormann é "procurador" de uma empresa de consultoria financeira chamada Globalmeta. Ele nega que esteja usando a procuração, mas o documento, registrado no 4º Tabelionato de Notas de Porto Alegre está ativo e lhe confere amplos poderes para representar a empresa, o que é proibido pelo Estatuto do Servidor do Rio Grande do Sul. Desenvolvedora de tecnologias de contenção de desabamentos, a Geobrugg foi subcontratada pela construtora que venceu a licitação para executar as obras de contenção de encostas na Rota do Sol, que liga a Serra ao Litoral Norte. O Daer, hoje sob o comando de Thormann, foi o licitante e o contratante da obra de R$ 14,6 milhões. A correspondência eletrônica da Geobrugg fez referência ao “intuito de dar continuidade à parceria técnica que estamos desenvolvendo no projeto Rota do Sol” e, logo depois, emendou o convite para que Thormann viajasse à Suíça entre os dias 18 e 21 de junho com todas as despesas pagas, incluindo passagens, alimentação e hospedagem. No decorrer de quatro dias, ele participaria de testes contra queda de rochas e visitaria a fábrica da empresa. O diretor respondeu no mesmo dia. Agradeceu por um jantar que havia sido oferecido antes, manifestou aceitação à viagem e convidou a Geobrugg para ser parceira do 16º Encontro Nacional de Conservação Rodoviária (Enacor), que será realizado no Estado em 2013. A empresa ainda ofereceu a alteração do roteiro caso Thormann optasse por passar em outras cidades ou estender a estada no velho continente. As passagens confirmam que o diretor-geral do Daer ainda passou por Lisboa, onde participou de outro evento, depois de ir à Suíça. Ele se ausentou entre os dias 17 e 27 de junho. Um documento assinado pelo governador Tarso Genro e pelo chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, autorizou a viagem “sem quaisquer ônus para o Estado”, exceto os vencimentos e demais vantagens. No Diário Oficial, o ato foi ratificado em 22 de junho. Ou seja, o peremptório Tarso Genro sabia que seu subordinado tinha sido convidado para viajar com tudo pago. O Ministério Público abriu investigação preliminar para apurar possíveis irregularidades na conduta do diretor-geral do Daer, o arquiteto José Francisco Thormann. O secretário de Infraestrutura e Logística, Caleb de Oliveira, explicou no final da tarde desta segunda-feira, que a decisão de exonerar o diretor-geral do Daer, José Francisco Thormann, teve como base a preocupação do governo em preservar o andamento dos trabalhos do departamento. "Foi o governador Tarso Genro que definiu o afastamento de Thormann. As denúncias têm peso razoável. Quando falei para ele da decisão do governador, ele optou por pedir a demissão, que foi aceita", explicou Caleb. O governo Tarso Genro faz água a olhos vistos, envolvido em crescente onda de desordem política e administrativa,  e não consegue reencontrar seu eixo. O governador parece preferir escrever artigos, ensaios e livros, viajar para o Exterior, em vez de governar o governo.

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