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O estudo da neurociência do consumo pode trazer dados que estão enraizados no inconsciente do cliente.
Sobre este assunto, conversamos com Pedro Camargo, consultor e autor do blog biologia do comportamento do consumidor, neuromarketing e autor de livros, como: Neuromarketing: decodificando a mente do consumidor, publicado em Portugal; Neuromarketing: a nova pesquisa de comportamento do consumidor (será publicado pela Editora Atlas, em 2013).
Quais os impactos das técnicas de neuromarketing no mercado?
O impacto é diretamente na pesquisa de comportamento do consumidor. As pesquisas tradicionais nesta área nos trazem respostas por questionários, entrevistas ou focus group que não são suficientes para entender o comportamento na pesquisa qualitativa, porque não representam o que o consumidor realmente pensa. De 85 a 95% das informações que temos armazenadas estão no inconsciente e as pessoas respondem as perguntas com o consciente, portanto não há como obter o real sentimento do cliente ou consumidor, fazendo perguntas ou observando eles comprarem e consumirem. O estudo da neurociência do consumo pode trazer dados que estão encravados no inconsciente do sujeito, pois escaneia-se as áreas que se ativam enquanto ele tem uma atividade cerebral. Portanto, o impacto é enorme. Mas veja bem, o neuromarketing sozinho também não dá respostas definitivas, pois ainda tem o estudo da endocrinologia comportamental que deve ser levada em conta. O primeiro só detecta as áreas que estão ativas no momento da ação, mas não detecta os níveis de hormônios, que são os nossos impulsores comportamentais que nos fazem agir.
Atenção é fundamental e para isso devem-se usar todos os sentidos superiores (olfato-cheiro, visão- cor e pé direito do stand-, sensações táteis, a música). São os sentidos que vão promover a atenção. Mas para usá-los, é preciso ter conhecimento em neurociência que pesquisa os sentidos, as provocações ambientais e os efeitos no consumidor.
Agora, ainda mais importante que a atenção é o engajamento emocional do comprador, porque se ele se atentar, mas não engajar-se, a compra não se efetiva. Chega na hora H o sujeito não compra. O consultor acha que fez tudo certo e pode até ter feito o seu possível, mas existem influências inconscientes que ele jamais saberá se não tiver as técnicas de neuromarketing e endocrinologia comportamental. Nós somos alertados por provocações ambientais, como uma campanha ou um consultor de vendas, mas não criamos engajamento se não houver condições químicas internas que nos levem a agir. Agimos muito de maneira automática e somos criaturas de hábitos, porque nosso cérebro economiza energia, se não soubermos quebrar estes hábitos, nada acontecerá.
Qual a influência das mídias sociais no processo de decisão de compras do consumidor?
Não existe uma pesquisa especifica sobre o assunto, mas eu tenho hipóteses. Nós somos animais sociais, vivemos em bando e o grupo nos influencia de maneira ímpar, não é à toa que milhares e milhares de pessoas assistem vídeos que nem acham graça, mas assistem, pois o bando o fez. Se somos criaturas sociais, não podemos ficar fora do bando. Nosso cérebro tem áreas específicas que se ativam nestas ocasiões e isso nos faz agir. As mídias sociais são um fenômeno mundial que modificam comportamento e podem sim influenciar uma decisão de compra. Assim é a moda, assim pode ser o mercado imobiliário.
Conhecimento da técnica de neuromarketing é fundamental antes de elaborar estratégias para atrair o cliente. Que ações são comumente vistas no mercado que podem proporcionar o efeito contrário?
O neuromarketing, e vou ainda adiante, a endocrinologia comportamental (influência dos hormônios no comportamento) são fundamentais para entender comportamento. Antes de sermos seres sociais somos seres biológicos. A partir de agora, tudo o que não levar em consideração análises biológicas, o que eu intitulo de “biologia do comportamento do consumidor” não está analisando o consumidor de maneira integral e verdadeira e, portanto fadada ao risco. E campanhas assim como vendas são muito caras para corremos riscos.
Fonte: Redimob
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