Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
27.11.2012
| 12h00m
Quanto mais o século 18 avançava, mais os bastões para caminhadas tornavam-se comuns na Europa Ocidental e na Rússia.
A maioria era feita de cana-da-índia, daí “cane” ou “canne” ser a palavra alternativa parawalking stick e que veio a ser comumente adotada.
Mas os fabricantes se valiam de outros materiais diferentes para criar bengalas que atraíssem seus clientes, especialmente os nobres, que davam o tom da moda.
Junco, tartaruga, marfim, madrepérola, chifre, presas de animais de grande porte, e uma grande variedade de madeiras. Normalmente tinham uma ponteira em metal.
No alto, perto do cabo, algumas recebiam uns furos por onde passavam fitas que tinham dois objetivos: facilitar o transporte da bengala e decorá-la com cores que tivessem um simbolismo para o proprietário (por exemplo, a fita com as cores do brasão da família, ou de uma Ordem ou Comenda).
Na bela e interessante coleção do Hermitage, as mais valiosas são as bengalas de Catarina, a Grande (1729 - 1796).
A parte à qual os artesãos mais se dedicavam, depois do exame minucioso da flexibilidade e resistência do material que serviria de corpo para a bengala, naturalmente, era o topo e nesse quesito as da temida e impressionante imperatriz eram muito luxuosas, cuidadosamente refinadas. Pobre do artesão-ourives que não fizesse bem feito seu serviço...
O par de bastões de caminhada que apresento abaixo, ao que tudo indica, pertenceram à imperatriz. São do final do século 18, foram fabricados em São Petersburgo. Medem 135.5 cm e 75.5, respectivamente.
O material é o junco claro. O cabo é em ouro, esmaltado e decorado com diamantes. Na parte plana, o monograma de Catarina II – E II, encimado por uma coroa.
Acervo Museu Hermitage, São Petersburgo
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