Primeiro ministro do país também ameaça vetar orçamento da UE
LONDRES E BIRMINGHAM - O primeiro ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, disse em entrevista ontem à BBC que o governo vai anunciar novas medidas para elevar a taxação sobre os ricos do país, depois de ter rejeitado a proposta do Partido Liberal, seu parceiro na coalizão de governo, de um aumento no imposto sobre mansões. Recentemente, Cameron dissera que o país estava aberto aos ricos da França — que anunciou no fim do mês passado um aumento de imposto de renda dos milionários.
Em defesa de dois orçamentos— Nós vamos tomar medidas para assegurar que as pessoas mais ricas do nosso país paguem uma fatia justa na redução do nosso déficit — disse Cameron à BBC, acrescentando que os ricos estão pagando um percentual mais elevado sobre a renda do que no governo trabalhista anterior.
O primeiro-ministro britânico — que participa de conferência do Partido Conservador em Birmingham — também ameaçou vetar o orçamento da União Europeia (UE) para 2014-2020, se os demais membros da zona do euros não concordarem em adotar um acompanhamento adequado dos gastos. Cameron defendeu a adoção de dois orçamentos: um para a zona do euro e outro para os países que não adotam a moeda única, grupo no qual se inclui o Reino Unido.
— Eu vetarei o orçamento da UE, se necessário.
Não seria a primeira vez. No ano passado, ele vetou a proposta de um tratado da UE para criar um pacto fiscal no bloco. Mesmo com o veto do Reino Unido, a proposta acabou sendo assinada pelos demais sócios como um acordo, e não um tratado.
— A Europa sabe que faço o que digo. Sentei à mesa com 27 países, 26 deles assinaram o acordo e eu disse que não era de interesse do Reino Unido. — contou à BBC. — Se eu não chegar a um bom acordo, direi não novamente.
Cameron acrescentou que o Reino Unido terá que seguir cortando o gasto público para reduzir o déficit, destacando a tarefa dura do governo de tentar desviar a economia da recessão e ganhar de volta o apoio da população.
— Herdamos um déficit de cerca de 11%. Está em 8% — disse Cameron.
O ministro das Finanças do país, George Osborne, disse que é cedo para dizer como serão os números do ano.
— A economia está cicatrizando, mas há um longo e difícil caminho pela frente — afirmou ao jornal “Mail”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário