sexta-feira, 22 de junho de 2012

Matador de jornalista maranhense envolve deputado em depoimento Íntegra do depoimento vazou nesta quinta-feira em blogs do Maranhão




SÃO LUÍS (MA) - Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, acusado pelo assassinato do jornalista Décio Sá, em São Luís (MA), envolveu no crime o deputado estadual Raimundo Cutrim (DEM), em seu primeiro depoimento à polícia, no último dia 9. A íntegra do depoimento vazou nesta quinta-feira em blogs do Maranhão. Raimundo Cutrim é aliado do governo Roseana Sarney (PMDB), de quem foi secretário de Segurança Pública de julho de 1997 a janeiro de 2006. O atual ocupante do cargo, Aluísio Mendes, é alvo de constantes críticas do parlamentar na Assembleia Legislativa do estado.
Em seu primeiro depoimento à polícia maranhense, no dia 9, que durou sete horas (das 15h47 às 22h47), o pistoleiro Jonathan Silva citou várias vezes o nome do deputado como sendo um dos mandantes do assassinato do jornalista – informação que teria sido passada ao matador por José Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”, 38 anos, preso no último dia 13 sob a acusação de agenciar o pistoleiro.
Na página 3 do depoimento, o acusado fala pela primeira vez no nome de Raimundo Cutrim: “que o serviço tinha partido do Raimundo Cutrim; que perguntado qual Raimundo Cutrim é esse, e se é o deputado, assim se manifestou (confirmou)”.
Na página 5, Jhonatan Silva afirma que “tem o Gláucio (Carvalho, agiota) e esse Cutrim, sendo que esse Cutrim é citado pelo Júnior Bolinha como sendo o principal mandante da morte de Décio Sá”.
Deputado nega envolvimento
O deputado Raimundo Cutrim pôs, nesta quinta-feira, à disposição da polícia e do Ministério Público seu sigilo telefônico e bancário. Além disso, pediu que a apuração seja mais aprofundada para que os fatos demonstrem que não há envolvimento dele no caso.
- Quem conhece o meu trabalho sabe que, por onde andei, eu sempre procurei pautar o meu trabalho dentro da lei. O que eu quero é que a polícia apure isso. Eu tenho minhas diferenças com o secretário, isso é público e notório, mas conheço todos os policiais e sei que são competentes. O indiciado disse e cabe à polícia esclarecer. Não se pode jogar na parede: ‘foi fulano de tal’. Não se pode dizer ‘fulano matou’, sem provas. Eu disponibilizo meu sigilo telefônico e bancário, sou a pessoa mais interessada em esclarecer os fatos, sou um homem que tem a vida limpa e a verdade aparecerá no final - afirmou o parlamentar.
O deputado não negou que tenha relacionamento com o empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”, mas que é apenas no campo profissional.
- Conheci ele (Júnior Bolinha) no ano passado, eu tava precisando arrumar os açudes do meu sítio, eu aluguei máquinas dele, não tinha nenhuma ligação com ele. Depois dessa coisa do sítio, eu ligava para ele, sempre muito profissional, sempre falando de barro, areia, mas se limitava a isso, apenas assuntos bem profissionais, somente isso - afirmou Cutrim, que concluiu: - Quem não deve não teme, e eu não devo nada a ninguém, quero que as pessoas me respeitem.
Seis pessoas estão presas, acusadas de participação no assassinato do jornalista Décio Sá, em 23 de abril passado, num bar da Avenida Litorânea, em São Luís. Outros três acusados de envolvimento no crime ainda são procurados pela polícia.

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