São Paulo está às voltas com uma nova onda de terror. Três policiais militares foram assassinados nos últimos sete dias -- o número de execuções pode chegar a 7, dependendo da fonte. Seria uma retaliação do PCC contra a execução sumária de um dos integrantes da facção criminosa pela ROTA, o "grupo de elite"da PM paulista.
A ação da ROTA foi denunciada pelo Blog do Pannunzio, assim como as primeiras ameaças de retaliação feitas pelo PCC, que mandou baixar as portas do comércio e impediu o funcionamento de escolas da Zona Leste de São Paulo.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo nega relação entre o assassinato de policiais e a política de extermínio levada a efeito pela tropa de choque da corporação. Não é de estranhar. O secretário Antônio Ferreira Pinto tem se empenhado na defesa do emprego da violência pela PM. É dele que a corporação deve cobrar responsabilidade pela retaliação.
Ferreira Pinto deu ordens expressas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa para dificultar ao máximo o acesso do MP e da imprensa ao inquérito instaurado para apurar o comportamento dos PMs que executaram o traficante que supostamente teria ligações com o PCC. Tem movido uma cruzada contra o Ministério Público, que investiga excessos cometidos pela tropa. E conseguiu que o promotor do Juri encarregado da investigação decretasse segredo de justiça sobre o inquérito, privando a sociedade de saber o que se passa.
Apesar da negativas formais do secretário, é clara a preocupação da polícia com os ataques do PCC. De acordo com fontes da própria polícia, a organização criminosa, que promoveu uma série de atos terroristas há três anos, mudou a tática. A ordem agora não é mais fazer ataques de grande porte que gerem comoção -- é fazer ações pontuais, no molde das execuções de PMs que se verificaram esta semana.
Caso a vingança fique comprovada, estará mais uma vez provado o axioma segundo o qual violência se paga com violência.
Triste, nesse contexto, é a viuvez das mulheres dos soldados mortos, a orfandade de seus filhos e o recrudescimento da sensação de insegurança que apavora a população paulistana. Uma conta salgada demais a ser paga pela doutrina da vciolência da Secretaria de Segurança Pública do governador Geraldo Alckmin.
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