sexta-feira, 22 de junho de 2012

São Paulo sob ataque. SSP alertou autoridades, mas continua negando informação ao povo


Pelo menos uma unidade da Polícia Militar foi atacada nesta sexta-feira supostamente por bandidos ligados ao Primeiro Comando da Capital, a oganização que hierarquizou e comanda o crime organizado na maior cidade do País. Até agora, chega a seis o número oficial de policiais assassinados nos últimos dez dias. Mas o número pode ser bem maior. Cinco deles  morreram em circunstâncias que evidenciam execuções pontuais -- eram tidos como honestos, estavam de folga e não vestiam fardamento (apenas uma das vítimas trajava o uniforme da PM).
A Secretaria de Segurança Pública nega, mas o serviço reservado da PM já alertou autoridades dos três Poderes do estado de São Paulo de que se trata de um ataque do PCC. Os alvos seriam "autoridades em geral", e não apenas policiais envolvidos em milícias e grupos de extermínio. Todos os destacamentos foram colocados em prontidão, com a escala de folgas suspensa neste fim-de-semana. O mesmo aconteceu com a Polícia Civil. Mas  até agora a secretaria de Segurança Pública continua negando para a população que São Paulo esteja sob ataque.
A ação é uma vingança do "partido", palavra que policiais e bandidos usam para se referir ao PCC, pela execução de seis integrantes da facção que agiam na Zona Leste no dia 29 de maio. Uma das vítimas foi sequestrada por uma viatura da ROTA e levada até um local ermo na beira da Rodovia Ayrton Senna, onde foi espancada e assassinada friamente. Uma testemunha que morava próximo ao local acionou o plantão policial e denunciou o crime.
Oficiais da Corregedoria da PM e do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil ainda tentaram "arredondar" o flagrante e evitar a prisão dos PMs assassinos. A tentativa fracassou graças à presença de promotores de justiça do Grupo Especial de Controle da Atividade Policial (GECEP) do Ministério Público paulista. Anderson Minhano, o homem que foi executado na beira da rodovia, teria sido assassinado pelos PMs porque era suspeito de ter matado um policial.
A reação do PCC acontece após um período de trégua de três anos. O "partido", segundo fontes da própria polícia, teria mudado a orientação para a realização de vinditas. Ao invés de promover grandes ataques, como os que se verificaram em 2009, agora prefere execuções pontuais. As ameaças, no entanto, já conseguiram parar escolas e fazer o comércio baixar as portas. São uma reação ao recrudescimento da violência policial, politica que tem sido sustentada pelo secretário de Segurança Antônio Ferreira Pinto.
As primeira informações sobre a iminência do ataque chegaram ao serviço reservado da PM há cerca de dez dias. Uma carta foi apreendida na cela onde estava preso Roberto Soriano, na penitenciária de segurança maxima de Presidente Venceslau. Ele é conhecido como "Tiriça", um dos líderes da facção criminosa. Nessa carta havia nomes de policiais militares que deveriam ser justiçados, instruções para o tráfico e uma menção ao crime do Bar Barracuda, que foi incenado por criminosos na madrugada passado. O preso foi transferido para o presídio de Presidente Bernanardes, onde permanece confinado e isolado no regime diferenciado em uma solitária.
O Blog repassa aos seus leitores o mesmo alerta que a SSP vem fazendo para as autoridades. A ordem é evitar deslocamentos desnecessários e permanecer em casa até que se consiga dimensionar corretamente  o que está acontecendo.

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