sexta-feira, 5 de setembro de 2014

INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL APONTA LIGAÇÃO DO LABOGEN COM TRAFICANTE INTERNACIONAL DE DROGAS


Foto de cofre veiculado em março deste em provável batida da Polícia Federal e que aparece em matérias da Operação Lava Jato
A Polícia Federal apreendeu no cofre de um dos maiores traficantes do país documentos dos laboratórios Labogen Química Fina e Piroquímica Comercial. As duas empresas seriam controladas pelo doleiro Alberto Youssef, investigado pela PF na Operação Lava Jato. A Labogen chegou a negociar contrato com o Ministério da Saúde na gestão de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo.
Os documentos foram encontrados em março deste ano pela operação Oversea que
desarticulou esquema do tráfico de drogas no porto de Santos.
A PF descobriu que o traficante Sauélio Alves Leda, alvo da Oversea. mantinha os papeis num cofre localizado no seu quarto em um sítio de Mogi das Cruzes (SP). Ele é investigado por tráfico internacional de drogas. “Embora as referidas empresas não tenham sido investigadas durante a operação Oversea existem indícios que estes documentos estejam diretamente ligados a lavagem de dinheiro e é de extrema importância a identificação de pessoas e empresas envolvidas com a estrutura da organização criminosa voltada para o tráfico ilícito de drogas”, diz relatório de inteligência da PF.
No cofre do traficante, a PF também encontrou duas armas registradas em nome de um advogado.
Os documentos referentes aos laboratórios eram emails escritos em inglês nos quais três pessoas identificadas pela PF como Pedro Argese Junior, Paul Weins e Marcela Almeida tratavam da exportação de glicerina para a Bélgica.
Sobre Sauélio Alves Leda, o relatório da PF afirma. “Trata­se de um grande traficante de drogas de âmbito internacional e isto, por si só, já levanta suspeitas sobre esses documentos.”
O relatório faz menção à operação Lava Jato e à Labogen.
OS ANJINHOS: Alexandre Padilha, com a então ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com o então deputado petista André Vargas derrubado depois que usou jatinho de doleiro preso, Alberto Yousseff, vinculado ao Labogen. Nesta foto aparecem em campanha de arrecadação de fundos para a Santa Casa de Londrina.
A Labogen, segundo os investigadores, “era usada com o objetivo de se vincular a setores públicos e também utilizada para realização de operações de câmbio, evasão de divisas e lavagem de dinheiro”. Pedro Argese, um dos autores do email sobre a Labogen, também é investigado pela Lava Jato.
A Labogen contou com a ajuda do deputado André Vargas (sem partido­PR) para se aproximar do Ministério da Saúde na gestão do seu antigo colega de partido, Alexandre Padilha. Vargas é amigo de Youssef e responde a processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara por suas ligações com o doleiro. Ele se desfiliou do PT após a Polícia Federal revelar suas relações com Youssef.
Numa conversa interceptada pela PF com autorização da justiça, Vargas e Youssef
se referem ao negócio com o ministério como uma oportunidade de “independência financeira”.
Uma sindicância interna do Ministério da Saúde concluiu que após o lobby do deputado, o gabinete do então ministro Alexandre Padilha solicitou a subordinados que recebessem representantes do laboratório. O interesse do Labogen era produzir medicamento em parceria com laboratório público. O projeto foi abortado após a imprensa revelar as negociações. Em entrevista ao Estado, Vargas já afirmou que entregou material da Labogen “para o ministro…e ele deve ter marcado reunião técnica.” Ele afirmou que Youssef dizia ser dono de um fundo com cotas do laboratório e não de toda a empresa.
Youssef esta preso desde março acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões em quatro anos com ramificações na Petrobrás, no Ministério da Saúde e em partidos como PT, PP e SDD.
O Ministério Público Federal também acusa o doleiro de “ter prestado auxílio material nas operações financeiras ilegais” de tráfico internacional de drogas. O Estado tentou contato com os laboratório, mas ninguém atendeu ao telefone nas empresas. Do site do Estadão

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