FOLHA DE SP - 21/11
Nas últimas semanas, os colombianos receberam sinais opostos sobre as negociações entre o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para encerrar o conflito armado que já dura quase meio século.
Primeiro veio a boa notícia: após um ano de conversas, os dois lados firmaram acordo com regras claras para viabilizar a participação política das Farc num eventual cenário pós-conflito --um feito considerado histórico por diversos analistas.
Foi o segundo tema em relação ao qual houve acordo --o primeiro foi a reforma agrária. Discute-se agora como solucionar o problema do tráfico de drogas, um negócio lucrativo para as Farc.
O clima de otimismo, porém, se esvaneceu na semana passada, quando o Ministério da Defesa revelou um suposto plano das Farc para matar o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010). A responsabilidade seria de uma das facções da guerrilha, provavelmente rompida com os representantes da mesa negociadora.
Um atentado contra Uribe evidenciaria divisões internas nas Farc e certamente bloquearia as conversas. O ex-presidente é o político mais popular do país graças sobretudo ao rigor no enfrentamento da guerrilha, hoje acuada e com território bastante reduzido.
A simples divulgação do plano já reforça as duras críticas de Uribe contra as tratativas de paz, principal tema da eleição presidencial no país, marcada para maio do ano que vem.
Impedido de buscar um terceiro mandato, Uribe lançou um aliado fiel, Óscar Iván Zuluaga, para tentar impedir a reeleição do presidente Juan Manuel Santos, que foi seu ministro da Defesa.
Caso eleito, Zuluaga promete encerrar as conversas entre o governo e as Farc, sob o argumento de que só há dois pontos a discutir: "rendição e apresentação à Justiça".
Nas últimas décadas, o Estado colombiano tem alternado estratégias mais duras com tentativas de negociação para desarmar seu complexo conflito armado, que inclui ainda outros grupos guerrilheiros e paramilitares, todos sustentados pelo dinheiro do narcotráfico.
Embora tenham perdido dois terços de seu contingente na última década, as Farc ainda não foram derrotadas e têm força para comandar ataques terroristas no território colombiano. Abandonar as tratativas teria o efeito de prolongar o confronto. Um acordo de paz seria a maneira mais rápida de sustar as ações criminosas desse agrupamento.
Nas últimas semanas, os colombianos receberam sinais opostos sobre as negociações entre o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para encerrar o conflito armado que já dura quase meio século.
Primeiro veio a boa notícia: após um ano de conversas, os dois lados firmaram acordo com regras claras para viabilizar a participação política das Farc num eventual cenário pós-conflito --um feito considerado histórico por diversos analistas.
Foi o segundo tema em relação ao qual houve acordo --o primeiro foi a reforma agrária. Discute-se agora como solucionar o problema do tráfico de drogas, um negócio lucrativo para as Farc.
O clima de otimismo, porém, se esvaneceu na semana passada, quando o Ministério da Defesa revelou um suposto plano das Farc para matar o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010). A responsabilidade seria de uma das facções da guerrilha, provavelmente rompida com os representantes da mesa negociadora.
Um atentado contra Uribe evidenciaria divisões internas nas Farc e certamente bloquearia as conversas. O ex-presidente é o político mais popular do país graças sobretudo ao rigor no enfrentamento da guerrilha, hoje acuada e com território bastante reduzido.
A simples divulgação do plano já reforça as duras críticas de Uribe contra as tratativas de paz, principal tema da eleição presidencial no país, marcada para maio do ano que vem.
Impedido de buscar um terceiro mandato, Uribe lançou um aliado fiel, Óscar Iván Zuluaga, para tentar impedir a reeleição do presidente Juan Manuel Santos, que foi seu ministro da Defesa.
Caso eleito, Zuluaga promete encerrar as conversas entre o governo e as Farc, sob o argumento de que só há dois pontos a discutir: "rendição e apresentação à Justiça".
Nas últimas décadas, o Estado colombiano tem alternado estratégias mais duras com tentativas de negociação para desarmar seu complexo conflito armado, que inclui ainda outros grupos guerrilheiros e paramilitares, todos sustentados pelo dinheiro do narcotráfico.
Embora tenham perdido dois terços de seu contingente na última década, as Farc ainda não foram derrotadas e têm força para comandar ataques terroristas no território colombiano. Abandonar as tratativas teria o efeito de prolongar o confronto. Um acordo de paz seria a maneira mais rápida de sustar as ações criminosas desse agrupamento.
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