Em todo lugar que a vista ou a mente alcançam, não parece existir reposta clara e consensual do que é um bom governo. Alguns pendem para um lado, alguns favorecem o lado oposto e, parece, a maioria fica ali pelo centro mesmo. Mas definir o que é um bom governo parece ser matéria onde consenso é obra de ficção.
Apesar da dificuldade em se atingir um acordo sobre o que é um bom governo, parece ser relativamente fácil reconhecer um país bem governado. O reconhecimento começa pelas pequenas coisas. Limpeza, ordem, serviços. Passa também pelas coisas mais complexa, como justiça, distribuição de renda e segurança. Acesso à saúde, certamente, é um must.
Mas parece que existe uma relação próxima entre um país bem governado e o interesse de sua população na qualidade do governo. Países bem governados normalmente são aqueles em que a população se envolve na discussão, estabelecimento, implantação, e fiscalização das políticas públicas.
Uma condição fundamental para um país bem governado é que seus habitantes não somente estejam bem informados, mas demandem e tenham interesse no acesso a estas informações. E que ajam baseados nelas.
País bem governado é obra que nunca termina e que nunca termina. Que não permite descanso ou distração. Que demanda atenção, esforço, e dedicação. Onde a apatia não pode ser tolerada e, sempre que possível, deve ser combatida. Países bem governados são aqueles em que a população faz questão de fiscalizar e participar.
Sem a disposição, envolvimento, e fiscalização dos cidadãos, dificilmente existem bons governos. Existem apenas governos eleitos por mecanismos confusos. Governos que propõe soluções para problemas sobre os quais sabem pouco. E que impactam a vida de pessoas sobre as quais sabem nada.
Elton Simões mora no Canadá. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca
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