09/10/2012
Ralph J. Hofmann
No final da década de setenta transferi-me para Santa Catarina onde trabalhei em indústrias grandes que tinham “Trading Companies”.
Uma das missões das “tradings” era promover as exportações de terceiros, às vezes empresas de médias a pequenas evitado-lhes o custo de desenvolvimento de uma equipe de comércio exterior treinada ou uma filial no exterior.
Para isso visitei um grande número de empresas de muitos ramos. Passei bastante tempo no saguão dessas empresas, esperando ser atendido por alguém com capacidade decisória não raro o presidente/proprietário da empresa e/ou um de seus filhos.
Descobri que algum sujeito empreendedor havia passado por todo o estado e vendido a mesma coisa para cada um dos empresários. Tratava-se de uma imensa placa (pelo menos 1,60 x 2,40 m) montada no saguão, com uma vista aérea da indústria e superposta uma foto do proprietário e do seu filho primogênito com o texto: “Cuida bem do que construí para ti.”
Os anos passaram e recentemente estive no Norte e Nordeste de Santa Catarina. Conversando com ex-colegas perguntei sobre o destino de muitas dessas firmas. Em quase todos os casos ou fecharam, ou foram vendidas por terem ficado além da capacidade administrativa dos proprietários. Na maioria dos casos a década de setenta foi o grande momento de suas carreiras, as empresas pareciam robustas e o pessoal achava que tudo sempre continuaria como nos anos em que haviam feito fortuna.
Mais ou menos como o pai e filho da foto abaixo. O pai deixou todo o patrimônio para o garoto. O filho decidiu morar nas Bahamas. O patrimônio derreteu.
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