14/06/2012
às 16:57
Ricardo Setti
Foi patético, e seria de morrer de rir se não revelasse a escuridão e falta de transparência que rege a vida de boa parte dos políticos “deste país”: o governador do Distrito Federal, o petista egresso do PC do B Agnelo Queiroz, passou quase dez horas depondo ontem na CPI do Cachoeira, se enrolou e enrolou os parlamentares diante de uma pergunta que qualquer brasileiro normal e probo responderia de bate-pronto.
Qual foi, afinal de contas, a forma de pagamento utilizada para comprar a espetacular mansão em que vive no Lago Sul, em Brasília? (Um portento de 550 metros de área construída, em meio a um gigantesco terreno e dispondo de todos os confortos possíveis e imagináveis, no valor estimado de 4 milhões de reais).
Queiroz teria pago 400 mil reais pela casa em 2007, com a interessante circunstância de que, no ano anterior, o total de seu patrimônio declarado à Receita mal passava de 200 mil.
A principal pergunta que se impõe, porém, não é como pagou — se por cheque, em dinheiro, por meio de TED bancária.
É como um ex-médico do serviço público que há 22 anos só faz, única e exclusivamente, política — foi deputado distrital, deputado federal, diretor da Anvisa e ministro do Esporte, antes de ser governador — pode ser dono de uma mansão nababesca, digna de um industrial, de um potentado do agronegócio, de um banqueiro?
Esta é a pergunta — e pode e deve ser dirigida não apenas a Agnelo Queiroz, mas a muitos políticos que ostentam mansões e outros bens em nada condizentes com o que recebem dos cofres públicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário