quinta-feira, 29 de novembro de 2012

SISTEMA TRIMESTRAL DE ENSINO – STE



Aumento da capacidade intelectual do aluno, maior produtividade no desenvolvimento escolar, equilíbrio no emocional com segurança na formação de sua personalidade, estes três conjuntos constituem bases sólidas na formação do homem forjado na educação. Estas observações levaram a descobertas várias entre as quais a de que o sistema educacional na forma atual do seu calendário, entre outros pontos, é improdutivo, esgotante, muito desestimulante e pouco compatível com o ritmo de vida do aluno. Algo precisa ser proposto e feito para alterar essa estrutura operacional do nosso ensino. Assim pode ser considerado o STE, uma proposta.
Não se quer, nesta proposta, tocar na questão pedagógica, no seu conteúdo, na grade curricular. Obedecendo ao calendário de férias escolares entre os dias 16 de dezembro e 15 de janeiro e aulas entre 16 de janeiro e 15 de abril – recesso de 16 de abril a 15 de maio e aulas entre 16 de maio e 15 de agosto – recesso de 16 de agosto a 15 de setembro e aulas entre 16 de setembro e 15 de dezembro, ou seja, 90 dias de aulas e 30 dias de férias/recesso, obteríamos 217 dias letivos, em sala, que seriam a soma de 197 dias úteis da semana mais 20 dias de sábado sim e outro não e teríamos com isso formidável painel operacional educacional. Utiliza-se, também, o critério de sempre que um dia letivo for feriado, será reposto por mais um sábado.
O sistema trimestral reduz sensivelmente o estresse escolar para o aluno. Extensos semestres provocam cansaços mentais e desestímulos, diminuindo a capacidade de assimilação de conteúdos e produção de resultados. Oferece, nos intervalos de cada trimestre, melhor acompanhamento e discussão do planejamento e do projeto pedagógico que deve ser sempre que possível revisto e ajustado.
Cria possibilidade e eficiência de ação no redimensionamento de metas, com intervenções imediatas na correção de rumos e atividades da escola. Facilita, com rápidas respostas e resultados, à recuperação dos alunos, nos recessos, com dificuldades no aprendizado. O STE não permite o “stress” escolar que representa drásticos resultados na eficiência do aprendizado dos nossos jovens. Com isso, reduz o desestímulo e a evasão escolar.
O STE reduz em um ano, dos onze anos do sistema atual para o ensino fundamental e médio. Isto vai acontecer porque, no sistema trimestral, o período escolar do ensino fundamental e médio será de acordo com conteúdos dados e exigidos para cada um dos períodos. Hoje, quando chega o mês de outubro, começa o período do “enrolation”, “semana do saco cheio” e por aí vai, para completar os dias letivos do ano, o que no sistema trimestral não irá acontecer.
Nos períodos de recesso, muitas atividades podem ser implementadas como forma de manter os alunos de alguma forma ligados no seu ambiente de estudos. Gincanas, campeonatos de futebol, vôlei, basquete, atletismo, shows e festivais musicais internos, inclusive as viagens culturais são atividades possíveis e de excelentes resultados. Restringem a formação de grupos isolados e ativam de forma eficaz a socialização de todos. São atividades que agrupam.
Há alguns anos venho lutando pela reformulação completa no sistema de ensino no Brasil. É desatualizado e excludente. Como exemplo, de cada 10 alunos do ensino médio, apenas cinco concluem e um termina a universidade. A evasão se dá pelo desestímulo provocado pelo despreparo desde o ensino fundamental. Hoje, 3,8 milhões de crianças e jovens estão excluídos do sistema educacional (Estadão). Outros milhares não chegam ao final do ciclo escolar pela falta de base que os levam ao abandono das universidades forçados, muitas vezes, pela necessidade de trabalhar e não ser possível compatibilizar. Todo universitário deveria contar com horário diferenciado de trabalho. Sair, por exemplo, uma hora antes do período laboral.
O incrível é que o governo e outras organizações voltadas à educação formal não percebem que o cerne da questão está na preparação do professor ainda na universidade. Bilhões serão investidos na qualificação dos professores, mas as fontes desta formação, os cursos de pedagogia, não recebem a atenção administrativa e financeira do governo. Antes éramos a geração do futuro. O futuro chegou e não estamos preparados.
(1) Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes RJ  raphaelcurvo@hotmail.com 1630439115/88089918 www.luizberto.com,www.gazetadigital.com.br,www.correiodoestado.com.brwww.brasileirosnaholanda.com,www.prosaepolitica.wordpress.com ELLEN MAIA DEZAN. Associada Dazio Vasconcelos Advogados. Advogada OAB/SP insc. nº 27566 tributário/cível/biodireito.ellen@daziovasconcelos.com.br
(2) Ilustração: O grito dos Excluídos.

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