sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Escutas de Rose em duas outras investigações da Polícia Federal comprovam a blindagem de Lula na Operação Porto Seguro.


Carlos Newton
Conforme o Blog da Tribuna tem denunciado com absoluta exclusividade, a Polícia Federal está mesmo blindando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Porto Seguro, por seu envolvimento com Rosemary Nóvoa de Noronha, a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo.
Reportagem de Fernando Gallo e Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo, revelam que “interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal em duas operações mostram que a ex-chefe de gabinete da Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha fez gestões para ajudar o ex-presidente do PT José Genoino e o médico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil”.
Como se sabe, escuta telefônica é procedimento-padrão em todas as investigações de corrupção realizadas pela Polícia Federal,a primeira providência a ser tomada. No caso da Operação Porto Seguro, as interceptações telefônicas foram desprezadas quando se constatou a proximidade entre Rose e o ex-presidente Lula, com média de um telefonema a cada cinco dias, nos quais ela o trata de “tio”. E a investigação se concentrou apenas nos e-mails, deixando Lula de fora, porque ele não usa computador.
Rose era tão próxima de Lula que inexplicavelmente fez 23 viagens internacionais com ele, façanha não alcançada por nenhum ministro, exceto Celso Amorim, das Relações Exteriores, cuja presença nas visitas a países estrangeiros era obrigatória.

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PORTE DE ARMA
A Operação Overbox, de 2004, tentava desarticular um grupo que facilitava a entrada de produtos contrabandeados no aeroporto de Guarulhos (SP). Segundo a reportagem do Estadão, Rose foi flagrada em duas conversas com o delegado Wagner Castilho, um dos responsáveis pela segurança do aeroporto.
Em uma delas, dia 5 de outubro, os investigadores anotaram no relatório uma conversa de ambos em que ela tentava resolver o trâmite de um porte de arma para o então segurança de Genoino, que à época presidia o partido.
“Rose fala que está precisando de duas coisas. Uma é o porte de arma para o motorista do deputado, presidente do Partido dos Trabalhadores”. Segundo a PF, Castilho explicou o procedimento e disse que “leva em mãos e se tiver algum óbice resolve”. Ela disse que ficaria “no aguardo dessa coisa do Genoino”.
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DR. KALIL
No outro diálogo, em14 de setembro, Rose briga com Castilho. O motivo: ela tentara falar com ele mais cedo porque a Receita Federal havia multado a mãe de Kalil em cerca de R$ 4 mil quando ela chegava ao aeroporto vinda de Paris, na França.
A PF escreveu, na operação Overbox: “Castilho liga para Rose e ela fala que está brava com Castilho, pois precisou de sua ajuda hoje pela manhã. Fala que a mãe do Dr. Calil (sic), médico do presidente, estava voltando de Paris com a filha e amigos e comprou umas roupas. Aí a Receita Federal pegou, abriu as malas, e tiveram que pagar quase R$ 4 mil. Castilho diz que poderia ter ligado; Rose fala que ligou”.
Nos autos da Operação Porto Seguro, constam ainda dois e-mails em que Rose cobra do diretor afastado da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, um favor para Cláudia Cozer, mulher de Kalil e médica pessoal de Rose. Ele deveria acessar Esmeraldo Malheiro dos Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação que, segundo a PF, ajudou a quadrilha a obter pareceres favoráveis a faculdades. No assunto do e-mail, constava o dizer: “Faculdade-ES: Dra. Cláudia“. O favor a ser feito não fica claro nos documentos.
Procurado pelo Estadão, o médico Roberto Kalil afirmou não se lembrar se ligara “para Rose ou para alguém”, e sustentou que tentou ajudar a família porque seu padrasto estava passando mal. Segundo ele, o homem estava recém-operado do coração e a Receita decidiu aplicar-lhes uma multa às 7h, mas o banco só abria às 10h. “Na época, posso ter tentado ligar, tipo ‘pelo amor de Deus o homem está passando mal’. Não era pra liberar de alfândega, nada. Eu nunca pediria isso. Tem que pagar, paga e vai embora.”
Kalil só não explicou se o padastro foi operado no Brasil ou no exterior. Se ele estava liberado para viajar e passou mal, certamente Kalil se lembraria disso. Portanto, sua desculpa é patética, como tudo que se relaciona com Rose Nóvoa Noronha.
P. S. - Foi hilário assistir ao Jornal Nacional corroborar a alegação da Polícia Federal de que o digilo telefônico de Rose não foi quebrado. Com toda certeza, William Bonner fez o papel de Homer Simpson nessa história… Como diz Helio Fernandes, só dando gargalhadas gráficas: Ha!Ha!Ha!.


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