Um povoado espanhol de cerca de 3.000 habitantes ainda vive na era das cavernas. Não por preservar costumes seculares ou refutar os avanços da tecnologia, mas por causa de uma mera característica geográfica: um enorme penhasco rochoso define – ou melhor, divide – o espaço urbano de Setenil de las Bodegas.
A coluna de pedras, efeito da erosão do rio local, é motivo de orgulho entre os cidadãos – a muralha impediu o avanço dos mouros por mais de sete séculos – e imprescindível para o turismo da vila. As casas mais importantes, assim como o comércio, são desenhadas pela saliência do penhasco, e as mais novas se alojaram contra a encosta, na parte alta da cidade.
A falésia é tão importante no verão quanto a fabricação dos refrescantes vinhos da região. As rochas fazem vezes de fachadas, vias e tetos. E não servem apenas como defesa dos forasteiros; elas ajudam a amenizar o intenso calor nos imóveis brancos, traço característico da arquitetura de Andaluzia.
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