26/09/2012
Ralph J. Hofmann
Está em andamento uma das reuniões mais caras do mundo. Quem abre a festa amanhã é Dilma Rousseff que fará o primeiro discurso. A seguir comparecerá Barack Obama dos Estados Unidos.
Estes dois países tem pago suas anualidades ao clube. Mas que outros líderes discursarão na abertura da 67ª. Sessão das Nações Unidas durante o Debate Geral?
Alguns dos países cujos primeiros mandatários estarão no pódio são Malawi, Rwanda, Sierra Leone, e o Haití.
Esses não poderiam discursar se este fosse um clube de futebol de várzea da vila mais inacessível do Brasil. Estariam inadimplentes com o tesoureiro.
São alguns do 49 países de menor desenvolvimento (LDC, Least Developed Countries). Suas contribuições societárias à ONU recebem enormes descontos.
Cada país paga uma percentagem do orçamento da organização. O mínimo pago por esses 49 países é de 0.001%. Dá $ 25.852 por LDC.
Os Estados Unidos pagam 22% do orçamento regular. Em 2012 isso corresponde a $ 567 milhões. Justo? Justo. Não vamos discutir isto. Não sei quanto o Brasil paga, mas não deve ser uma merreca.
Já os LCDs recebem um crédito para comparecer à Assembléia Geral. Ou seja, no orçamento bianual normal há $ 2,2 milhões de ajuda de custo para despesas de viagem para comparecerem. Uns $ 23 mil por cada um dos LDCs. Conta fácil de fazer, cada um desses países acaba contribuindo entre $ 500 e $ 1.000 ao ano à ONU. Há outros países que recebem ajuda de custo para viagens, mas normalmente isto parte de uma contribuição mais alta.
Essencialmente a anualidade baixa e a ajuda de custo visam possibilitar aos países mais pobres fazerem ouvir suas vozes na Assembléia Geral sem comprometer seus programas domésticos de governo.
Mas como nós aqui no Brasil presenciamos, ano após ano, viagem de governante é festa para os sicofantas do líder.
Alguns exemplos: A Presidente Joyce Banda de Malawi. Segundo o Nyasa Times vem com uma enorme delegação incluindo lideres tribais, clérigos, parlamentares, parentes e demais líderes do Partido do Povo. Custo estimado de mais de $ 1 milhão.
Em 2011 o Presidente Ernest Bai Korom de Sierra Leone ocupou 12 apartamentos do hotel Hyatt 48Lex,. Nesta época do ano os apartamentos custam entre $1,596 e $5,596 (pelo biplex da cobertura) por noite.
Segundo o New York Post o presidente de Ruanda , Paul Kagane ficou na suíte presidencial do Mandarin Oriental. Custa $ 16 mil por noite.
Outros não vão às reuniões oficiais, mas comparecem a muitas recepções e vão fazer compras no comércio, especialmente nos shoppings de descontos freqüentados pelas sacoleiras da América do Sul. .
Nem vamos discutir o problema do tamanho das delegações se seu impacto sobre economias nanicas. O abuso é evidente. Mas consideremos. Cada país tem uma delegação permanente às Nações Unidas, com um Embaixador. Será que este embaixador não poderia representar o chefe de estado? Ao menos ano sim e ano não?
Não poderiam estar presentes por vídeo-conferência?
Se podem gastar centenas de milhares de hospedagem por que precisam $ 23 mil de ajuda de custo para vir à conferência. E já que estão dispostos a gastar até $ 1 milhão pela comitiva, será que não poderiam contribuir com mais de $ 25 mil de anuidade.
E podem imaginar a bagunça que é um orçamento votado por uma maioria de países que não contribui nem para o orçamento regular nem para chamadas adicionais de ajuda quando surge um déficit.
(1) Fotomontagem: Joyce Banda, Ernest Bai Koron e Paul Kagane
(2) Texto de apoio de Brett Schaeffer da Heritage Foundation
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