CRÔNICA
Uma coisa é ter iniciativas isoladas em grupos de entusiastas pró-sustentabilidade. Outra coisa é quando as práticas de respeito ao meio-ambiente são incorporadas por empresas. O espírito sustentável que toma conta de Seattle há décadas tem uma vitrine de luxo: os hotéis da cidade.
No Sheraton Seattle, por exemplo, são economizados mais de 4.800 kilowatts de eletricidade ao ano. Doze toneladas são recicladas todo mês. Os números expressivos resultaram na marca de primeiro hotel do estado de Washington a ser certificado pela organização ambiental Autobon International com o ranking máximo de sustentabilidade.
O conceito não é novo. Os hotéis verdes são os que promovem ações de convivência com o meio-ambiente e implantam programas que economizam água e energia, reduzem o desperdício e promovem o reaproveitamento de materiais. Já tem muitos anos que parte da rede hoteleira sugere ao hóspede o reaproveitamento das toalhas usadas sob o argumento de que a lavagem diária é um desperdício de recursos: água, energia e produtos de limpeza.
Reduzir os impactos socioambientais e tornar-se um hotel verde pode exigir várias adaptações. Mais exemplos: usar produtos de limpeza orgânicos, materiais de construção sustentáveis, eletroeletrônicos que economizam energia, sistemas que apagam a luz automaticamente em ambientes vazios.
A boa notícia para os empresários é que estas iniciativas não são apenas gastos extras. Significam investimento. Invariavelmente resultam em redução de custos a médio prazo. E atraem clientes formadores de opinião que têm poder aquisitivo para bancar suas escolhas.
Quem dirige carros híbridos é paparicado nos hotéis Alexis e Vintage Park, do grupo Kimpton. Tem o privilégio de não pagar pelo estacionamento. Os estabelecimentos do grupo imprimem toda a folheteria usando papel reciclado e tinta à base de soja (mais ecologicamente correta que as convencionais à base de petróleo).
Os ecoquartos do The Best Western Executive Inn são equipados com mais de uma dezena de produtos sustentáveis, como sabonetes e xampus em refil, para substituir o desperdício daqueles potinhos minúsculos que só contem produto suficiente para um banho.
Os produtos de higiene oferecidos pelo The Doubletree Arctic Club Hotel são de origem sustentável. O hotel realiza compostagem de restos de comida e adota um sistema de reuso de água quente relacionado à lavagem de roupas e pratos.
O aquecimento e a água quente do The Fairmont Olympic Hotel são originadas de sistema que usa vapor.
O comprometimento com o meio-ambiente pode ser mantido até durante viagens. Os engajados militantes da causa em Seattle agradecem.
Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.
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