quinta-feira, 19 de julho de 2012

Esta Europa não tem crise nenhuma: a Europa da indústria do superluxo. Confira os números incríveis



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Não só o vaso sanitário, mas também o reservatório de água são revestidos de cristais da Swarowski (Áustria). Preço: 160 mil reais
Dentro da Europa imersa em uma gravíssima crise econômica e financeira, imersa na paralisação, no desemprego e do desalento, existe uma outra Europa, que cresce a taxas chinesas — 10% ao ano nos anos recentes, perspectivas que oscilam entre 7% a 9% neste ano e nos próximos –, emprega 1,5 milhão de pessoas que não deverão perder seus postos de trabalho e aporta a espantosa cifra de quase meio trilhão de dólares ao PIB europeu: a Europa da indústria do luxo.
Capas para notebook modelo Bentley, assinada pela empresa holandesa de produtos de luxo Ego. Preço: 42 mil reais cada
Capas para notebook modelo Bentley, assinada pela empresa de produtos de luxo Ego (Holanda). Preço: 42 mil reais cada
Esses dados constam do relatório O Valor das Indústrias Culturais e Recreativas para a Economia Europeia, divulgado pelo vice-presidente da Comissão Europeia e comissário europeu de Indústria e Empreendedorismo, o italiano Antonio Tajani.
O estudo foi encomendado à consultoria multinacional Frontier Economics pela Aliança Europeia de Indústrias Culturais e Recreativas (ECCIA, de sua sigla em inglês), que reúne entidades do gênero das cinco maiores economias do continente — Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha.
Relógio Moon Dust Red Mood, da grife suíça Romain Jerome, com fundo reproduzindo parte da geografia da Lua e com pequena porção de poeira lunar legítima em seu interior. Preço: 58 mil reais
Relógio Moon Dust Red Mood, da grife Romain Jerome (Suíça), com fundo reproduzindo parte da geografia da Lua e contendo porção de poeira lunar legítima em seu interior. Preço: 58 mil reais
O uso da palavra “luxo” vem sendo discutido pelos integrantes da ECCIA, uma vez que é disso que se trata sob o eufemismo de “indústrias culturais e recreativas”: joias, alta moda (incluindo calçados, bolsas e todo tipo de assessórios), perfumes, cosméticos, produtos de beleza, relógios, mobiliário, objetos de decoração, tapeçaria, bebidas exclusivas, chocolateria, bebidas finas, automóveis, barcos e mais um sem fim de produtos.
Alguns setores temem o sentido pejorativo da palavra. Tajani, o comissário europeu, porém, considera que “o luxo pertence ao patrimônio cultural europeu, e não é apenas dinheiro: é qualidade, é um cartão de visitas da Europa para o mundo”.
A francesa Elisabeth Ponsolle de Portes concorda: “A qualidade é uma característica europeia”.
Chocolate com trufas com receita do chef chocolatier dinamarguês Fritz Knipschildt. Preço: 500 reais por peça pouco menor que um bombom
Chocolate com trufas com receita do chef chocolatier Fritz Knipschildt (Dinamarca). Preço: 500 reais por peça pouco menor que um bombom
Tal como Tajani, o espanhol Carlos Falcó acha que o luxo abre caminho para outros produtos europeus, e lembra que, nos países asiáticos, luxo “é sinônimo de êxito”. Não por acaso, a maior economia da Ásia e a segunda do mundo, a China, já absorve 10% de todo o mercado de luxo do planeta, percentual que deverá chegar a 45% em 2020.
Nesse cenário, o futuro parece risonho para uma indústria, como a europeia do luxo, que, faturando meio trilhão de dólares (ou 440 bilhões de euros) em 2010, ocupa 70% do mercado mundial e representa uma fatia de 10% de tudo o que os países da União Europeia exportam.
(As fotos utilizadas neste post excluem, de propósito, produtos da França e da Itália, tidos como baluartes da indústria do luxo, para oferecer uma pequena mostra do que podem fazer outros países, como a Áustria, a Holanda, a Suíça e a Dinamarca).

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