Pedro Ladeira - 09.jun.2015/Folhapress | ||
Joaquim Levy (à dir.) e Michel Temer conversam com a presidente Dilma Rousseff |
Com a presidente Dilma Rousseff em viagem oficial aos Estados Unidos e exercendo interinamente suas funções, o vice-presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (25) a um grupo de empresários que duvida das chances de aprovação de uma nova CPMF pelo Congresso.
A recriação do imposto sobre transações financeiras extinto em 2007 é a principal aposta da presidente para equilibrar o Orçamento do próximo ano, que está em discussão no Congresso e precisa ser votado até o fim do ano.
Em almoço organizado em São Paulo pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), que reúne as maiores empresas do setor, Temer encorajou os empresários a pressionar os líderes partidários a votar contra medidas que os contrariem, segundo participantes do encontro.
Questionado pela presidente do grupo Magazine Luiza, Luiza Trajano, Temer afirmou que, com sua experiência parlamentar, duvida da aprovação do novo tributo.
"Ele disse que é muito difícil aprovar a CPMF. Muito difícil mesmo", relatou o presidente do grupo Colombo, Nelson Kheirallah. O presidente da Renner, José Galló contou, que ao ouvir as queixas do empresariado, Temer sugeriu que exerçam "protagonismo" no Congresso.
"Ele nos deu caminhos para que a gente procure Brasília. procure os líderes", disse Galló. Ainda segundo participantes, Temer minimizou a crise política e previu "céu azul" para o ano que vem.
Ao chegar ao mesmo evento uma hora depois, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reagiu com ironia ao ser informado pela Folha da avaliação feita por Temer sobre as chances de aprovação da nova CPMF pelo Congresso.
"Ótimo. Então, ele quer a reforma da Previdência. Precisamos de um reequilíbrio fiscal. Como ele conhece o Congresso, está dizendo que vai aprovar a reforma da Previdência", disse o ministro, pouco antes de ser levado por Luiza Trajano para o local da reunião, realizada a portas fechadas.
Ao deixar a reunião, Levy evitou fazer novos comentários sobre a controvérsia, limitando-se a dizer que o "importante é a manutenção dos vetos" impostos pela presidente Dilma Rousseff à chamada pauta bomba do Congresso, composta por projetos que aumentam despesas e ameaçam o equilíbrio fiscal.
Nesta semana, o Congresso manteve 26 de 32 vetos da presidente. Os projetos que ainda não foram analisados, e cuja discussão está marcada para a próxima semana, representam gastos de R$ 63 bilhões até 2018, de acordo com os cálculos do governo.
"Cada veto mantido é um imposto que você não precisa pagar", afirmou Levy. Entre os projetos vetados por Dilma que falta analisar, está um reajuste de 59,5% para os servidores do Judiciário.
QUEIXAS
Embora a reunião fosse fechada, participantes relataram queixas feitas pelos empresários a Levy. Eles reclamaram da proposta de recriação da CPMF e da falta de medidas de controle de gastos.
Alguns comentários feitos por Luiza Trajano com os conselheiros do IDV puderam ser ouvidos do lado de fora da reunião. Em certo ponto, ela disse que "parte do governo cairia" se a intervenção de Levy na reunião viesse a público. Questionada depois por jornalistas, ela não quis esclarecer o sentido do comentário.
A empresária elogiou a "humildade" do ministro, disse que ele estava "cheio de empáfia" num encontro anterior e pediu que os empresários não repetissem em público as críticas feitas no encontro fechado com Levy, para evitar seu uso político. "É tudo política", disse Luiza Trajano.
A recriação do imposto sobre transações financeiras extinto em 2007 é a principal aposta da presidente para equilibrar o Orçamento do próximo ano, que está em discussão no Congresso e precisa ser votado até o fim do ano.
Em almoço organizado em São Paulo pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), que reúne as maiores empresas do setor, Temer encorajou os empresários a pressionar os líderes partidários a votar contra medidas que os contrariem, segundo participantes do encontro.
Questionado pela presidente do grupo Magazine Luiza, Luiza Trajano, Temer afirmou que, com sua experiência parlamentar, duvida da aprovação do novo tributo.
"Ele disse que é muito difícil aprovar a CPMF. Muito difícil mesmo", relatou o presidente do grupo Colombo, Nelson Kheirallah. O presidente da Renner, José Galló contou, que ao ouvir as queixas do empresariado, Temer sugeriu que exerçam "protagonismo" no Congresso.
"Ele nos deu caminhos para que a gente procure Brasília. procure os líderes", disse Galló. Ainda segundo participantes, Temer minimizou a crise política e previu "céu azul" para o ano que vem.
Ao chegar ao mesmo evento uma hora depois, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reagiu com ironia ao ser informado pela Folha da avaliação feita por Temer sobre as chances de aprovação da nova CPMF pelo Congresso.
"Ótimo. Então, ele quer a reforma da Previdência. Precisamos de um reequilíbrio fiscal. Como ele conhece o Congresso, está dizendo que vai aprovar a reforma da Previdência", disse o ministro, pouco antes de ser levado por Luiza Trajano para o local da reunião, realizada a portas fechadas.
Ao deixar a reunião, Levy evitou fazer novos comentários sobre a controvérsia, limitando-se a dizer que o "importante é a manutenção dos vetos" impostos pela presidente Dilma Rousseff à chamada pauta bomba do Congresso, composta por projetos que aumentam despesas e ameaçam o equilíbrio fiscal.
Nesta semana, o Congresso manteve 26 de 32 vetos da presidente. Os projetos que ainda não foram analisados, e cuja discussão está marcada para a próxima semana, representam gastos de R$ 63 bilhões até 2018, de acordo com os cálculos do governo.
"Cada veto mantido é um imposto que você não precisa pagar", afirmou Levy. Entre os projetos vetados por Dilma que falta analisar, está um reajuste de 59,5% para os servidores do Judiciário.
QUEIXAS
Embora a reunião fosse fechada, participantes relataram queixas feitas pelos empresários a Levy. Eles reclamaram da proposta de recriação da CPMF e da falta de medidas de controle de gastos.
Alguns comentários feitos por Luiza Trajano com os conselheiros do IDV puderam ser ouvidos do lado de fora da reunião. Em certo ponto, ela disse que "parte do governo cairia" se a intervenção de Levy na reunião viesse a público. Questionada depois por jornalistas, ela não quis esclarecer o sentido do comentário.
A empresária elogiou a "humildade" do ministro, disse que ele estava "cheio de empáfia" num encontro anterior e pediu que os empresários não repetissem em público as críticas feitas no encontro fechado com Levy, para evitar seu uso político. "É tudo política", disse Luiza Trajano.
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