A 'Gratiarum Cartusia' (Mosteiro de Nossa Senhora das Graças), mais conhecido como Certosa di Pavia, começou a ser erguido em 1396 por ordem de Gian Galeazzo Visconti para servir de mausoleu para sua família. Trata-se de um complexo histórico monumental que compreende um mosteiro e um santuário. Abaixo, a nave central da Abadia.
Sob o comando de diversos arquitetos, ficou em obras do século 15 ao 16. Em seu pátio interno (abaixo), à direita fica o antigo palácio dos Duques de Milão e à esquerda o estúdio dos escultores encarregados da decoração.
Durante todo esse tempo foi adquirindo estilos variados, do gótico-tardio ao renascimento, e exibe inovações arquitetônicas e artisticas de muitos mestres de seu tempo.
Foram três as comunidades religiosas que ocuparam e administraram a abadia: logo no início a dos Cartuxos; depois passou para a Cisterciense; e mais tarde, por um breve período, para a Beneditina. Depois da unificação do Reino da Itália, em 1866, a Certosa di Pavia foi declarada monumento nacional e como quase todos os outros bens artísticos e eclesiásticos do reino, passou a ser propriedade do Estado. Desde 1968 está aos cuidados dos monges cistercienses.
Apesar de nunca ter sido terminada, sua fachada é apreciadíssima pela riqueza da decoração. A metade inferior, de decoração mais rica, foi executada entre os anos de 1473 e 1499 pelos irmãos Mantegazza e pelo arquiteto-escultor Amedeo, proveniente de Bergamo, e seu aprendiz Briosco. Já a parte superior é obra do arquiteto-escultor Cristoforo Lombardo, que foi quem terminou a construção em 1560.
Durante todo o tempo em que foi construída, e mesmo depois, o mosteiro foi sendo constantemente enriquecido e por isso se constitui em testemunho histórico das artes na Lombardia.
A igreja é em cruz latina com três naves, abside e transepto que receberam como cobertura abobadas apoiadas em colunas ricamente decoradas (acima).
Túmulo de Gian Galeazzo Visconti
A Sacristia, no início constituída por duas partes, o Capítulo e a Biblioteca, foi transformada num local único e é decorada com afrescos da autoria de Pietro Sorri, que já havia decorado a cúpula do transepto. O seu estado de conservação é admirável.
A Biblioteca, inicialmente destinada a reunir os livros litúrgicos necessários às celebrações diárias, a partir de meados do século 17 passou a reunir textos profanos por orientação do padre Matteo Valerio (1634-1637), importante figura da literatura italiana e autor da Memorie della Certosa di Pavia, instrumento fundamental para a reconstrução da história do mosteiro entre 1487 e 1645. Abaixo, estátuas em mármore sob um afresco que retrata o momento em que Gian Galeazzo doa a Certosa à Madona.
Hoje, na Biblioteca da Certosa di Pavia encontram-se apenas os livros referentes à Liturgia e partituras musicais que seguem o ano litúrgico e que são um verdadeiro tesouro para os estudiodos da música medieval. Os outros livros foram divididos entre a Biblioteca Nacional em Milão e a Biblioteca Universitária de Pavia.
Vista lateral da Abadia
Certosa di Pavia, Lombardia, Itália
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