sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cartas de Nova Iorque: O verão chegou, por Luisa Leme


O sol aparece forte bem antes da hora de acordar e não deixa o concreto em paz durante o dia. As tempestades vão e vem, sempre com vontade de parar a hora de pico e expandir o comércio de guarda-chuvas das farmácias da cidade.
A temperatura muda a toda hora: calor em casa, muito calor na rua, vapor na plataforma do metrô e um frio digno do Alasca dentro do trem. Chinelos, shorts mais curtos do que os brasileiros, pernas bem brancas a mostra.
Os estudantes parecem mais felizes, as calçadas ficam mais fedidas, o dia dura quase até as nove da noite e as pessoas redescobrem o topo dos prédios. O verão chegou na cidade e com ele, um ar mais relaxado chega em Nova Iorque.
Quando as temperaturas sobem a cima dos 25 graus, após aquelas semanas em que o frio ainda briga com o calor e todos comentam a disputa diariamente, o nova-iorquino assume o modo verão e para de se preocupar tanto.
O horário fica mais flexível, com tantas “summer schedules” em restaurantes, empresas e lugares públicos. Muita gente deixa a cidade por completo. E os destinos de fim de semana como as praias ao redor da cidade ou nos estados vizinhos são a conversa de segunda-feira.
Quem fica aproveita os parques, os bares ao ar livre, os churrascos nas casas dos amigos, e sorvete, muito sorvete de todo tipo: os sanduíches de sorvete (normalmente um sabor de baunilha em massa, entre grandes biscoitos de chocolate gelados) são uma ótima pedida no verão daqui.
Para aproveitar Nova Iorque no verão, deve se gostar de ficar ao ar livre -- já que durante quase metade do ano as pessoas são privadas do privilégio. A programação é intensa e disponível para muitos gostos e bolsos. Peças de Shakespeare nos parques, cinema ao ar livre, bares em rooftops, festivais de música, cinema e literatura, e block parties, que são festas de rua que acontecem anualmente, como a festa francesa da Bastilha organizada pelos franceses na cidade e outros eventos menores, de outras organizações. Bares que vão acompanhar a Copa do Mundo não faltam.

Brooklyn Bridge Park

Esse ano, uma das descobertas é a expansão do Brooklyn Bridge Park, que fica na ponta Sul do Brooklyn com vista para Manhattan, invadindo o East River. O parque ainda está sendo construído e mais de 50 por cento dos 85 acres de lazer gratuitos devem ser entregues até o fim deste ano.
As opções que já estão disponíveis incluem uma praia artificial, quadras, campos de futebol, parquinhos com chafariz para as crianças, vôlei de praia, uma piscina (com tempo limite de 45 minutos por visita), e um centro de piqueniques, com churrasqueiras públicas que dão direito à vista para a estátua da liberdade, as pontes Brooklyn e a Manhattan e o centro financeiro da cidade.
Com essa e todas as outras opções tradicionais do verão na cidade, entediados os nova-iorquinos não podem ficar.

Luisa Leme é jornalista e produtora de documentários. Passou pela TV Cultura e TV Globo em São Paulo, e pelas Nações Unidas em Nova York. Mora nos Estados Unidos há sete anos e fez mestrado em relações internacionais na Washington University in St. Louis. Escreve aqui sempre às quintas-feiras. Mantém o blog DoubleLNYC com imagens e impressões sobre Nova York. Twitter: @luisaleme

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