Melissa de Andrade -
6.6.2014
| 14h00m
GERAL

Logo chegou a confirmação: não há mais perigo, o suspeito foi preso. Mas a paz do dia já tinha sido atingida junto com os quatro feridos pelos tiros, um deles falecido logo após chegar ao hospital. Que sensação de insegurança e vulnerabilidade saber de um perigo iminente, um desajustado que encontra a solução para as suas inquietudes na ponta de uma arma apontada para pessoas que não conhece. Mais uma vez se repete o fenômeno do tiroteio compulsivo nos Estados Unidos. Só que desta vez é perto de mim. Bem perto de mim.
Seattle não costuma acontecer este tipo de violência, mas lamento dizer que este não é um fato isolado. Há dois anos eu comentava aqui no Blog do Noblat sobre um caso semelhante, que se arrastou por horas na tentativa do atirador de escapar da polícia e acabou tragicamente. Na época eu falava de sensação de insegurança, preocupação com a escalada da violência, choque e medo. As lembranças daquele dia estão bem vivas, como é comum a todas as tragédias. Não parece que faz dois anos.
A consequência da sensação de insegurança é óbvia num país em que o porte de armas é garantido pela Constituição. Aprendi boquiaberta esta semana que Washington, onde fica Seattle, é o 5º estado do país em quantidade de porte de arma no país. Um em cada 11 adultos tem uma arma. Isso só é menos que – veja só – Utah, Indiana, Tennessee e South Dakota. A emissão de porte de arma triplicou de 2005 a 2012, principalmente entre mulheres.
Já ouvi muitas vezes o argumento de que a questão não é por que ter arma, é por que não ter. Na ressaca de mais uma tragédia como a de ontem, a patrulha pro-armamento vai se sentir mais fortalecida do que nunca.
Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview
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