HELIO FERNANDES –
Sua ascensão foi fulminante. Na Europa, nenhum general ou marechal era tão arrogante e presunçoso quanto os da Alemanha. Os generais da França, mediocríssimos, não acreditavam em guerra. Entre eles o General Gamelin, que muito mais tarde viria para o Brasil com a famosa e inútil “Missão Francesa”, que comprometeria o futuro do Exército brasileiro.
De Gaulle, o precursor
Ainda coronel, servindo no Estado Maior, era ridicularizado pelos generais, simplesmente porque sabia ver e analisar. Foi o primeiro a dizer: “As linhas Maginot e Siegfried, não serão mais utilizadas”. Não especificou, mas “adivinhou” a aparição dos paraquedistas, que tiveram enorme importância.
A jornalista francesa, Genevieve Tabouis, seguindo na linha de De Gaulle, gritava contra a guerra e a displicência e imprudência dos generais. Foi chamada de “pessimista”. “Cassandra”, hostilizada pelo Alto Comando. Acertou em tudo. Quando a França foi invadida, escreveu um livro excelente, com o título: “Chamaram-me Cassandra”.
Em 1930, Berlim é escolhida sede da Olimpíada de 1936
Naquela época a Copa do Mundo e a Olimpíada eram designadas com seis anos de antecedência. Hitler preparou sua consagração internacional no plano interno, já se consolidava como potência. Nenhuma oposição, apesar do assassinato de 1932, identificado como a “noite dos cristais” ou a “noite dos generais”. Brutal, como seria tudo a partir dali.
Primeiro ministro em 1933
O marechal Hindenburg, presidente da República e muito doente, nomeou Hitler chanceler, o que na complicada organização da Alemanha, significa Primeiro Ministro. (O que se repetiu agora com Angela Merkel, só que pelo voto direto, chanceler-Primeiro Ministro).
Com todos os poderes, Hitler planejou “a grande e fulgurante vitória dos arianos puros”, que segundo ele, receberiam todas as honras. Mas dois negros americanos arruinariam sua expectativa e certeza de vitória. Os negros Jesse Owens e Ralf Netcalf, ganhariam quatro ouros, e o outro dois.
A fuga de Hitler do Estádio Olímpico
Alguns defendem Hitler, dizem: “Ele ficou arrasado, mas entregou o ouro aos que derrotaram os “arianos puros”. Falsificaram a História, Hitler saiu do Estádio pelos fundos, sua arrogância era de tal ordem que não admitiu nem uma derrota nos 100 e 200 metros. Sua revolta e instinto assassino, aumentaram.
O destino ajuda sua revoltante desumanidade
Desapareceu por uns tempos, embora tivesse mandado incendiar o Reichstag, sede do Parlamento. Nada mais desprezível para Hitler do que o Parlamento. Contrataram o búlgaro Dimitrov, que fez o serviço completo. A destruição, total.
Dois meses depois, ainda em 1936, morre o presidente Hindenburg, Hitler reaparece, prepara o funeral olímpico para o marechal e assume no seu lugar. Acumula a presidência e o cargo de Primeiro Ministro. Alguns juristas que tentavam oposição, disseram: “Essa acumulação é inconstitucional, é preciso eleição”.
Foram presos e mortos, os “juristas a favor”, alegaram o “domínio do fato”, que estava realmente na Constituição. Mas muito polêmico, nunca fora utilizado para favorecer a mesma pessoa, o já ditador Adolf Hitler.
Gilmar Mendes transfere o “domínio do fato” para o Brasil
(O Ministro do Supremo não usou cultura, e sim coincidência e circunstâncias. Tem uma filha casada com um advogado alemão, sempre que pode vai visitá-la. É mais admirado lá do que aqui. Compreensível).
Ainda em 1936, Hitler começa a devastação da Europa
Invade a Áustria, como nasceu lá, foi comandando as tropas. Provocou repercussão mundial, quando mandou assassinar o chanceler Dollfuss. Subiu pela Finlândia, Letônia, Estônia, Lituânia. Desceu pela Suécia, estava novamente na Alemanha, dava inicio ao assassinato em massa de judeus.
Entra para a História dos assassinos mais perigosos ao deflagrar e consumar o que se chama de HOLOCAUSTO. E que muitos tem a audácia e a irresponsabilidade de negar. É História pura, massacre, dezenas de milhões foram sacrificados, desculpe, mortos em câmaras de gás, os filmes até hoje nos horrorizam.
Em 1936, Roosevelt, é reeleito, mas os EUA não querem guerra
Toma posse em 5 de março de 1937, a data daquela época. O coronel Reichenbach, herói nacional, o primeiro homem a atravessar o Atlântico indo de Nova Iorque a Paris em 36 horas num avião tão pequeno que era chamado de “casca de noz”, aparece. Funda o “Comitê isolacionista”, centenas de milhares assinam. De 1937 a 1941, os americanos não querem saber de guerra.
O inacreditável ataque do Japão aos EUA
Hitler tinha como aliados, o Japão e a Itália. Mussolini também se dizia Socialista, tinha um jornal chamado “Il Popolo di Roma”. Invadiu a insignificante Etiópia, foi derrotado e humilhado por Hitler.
Com o Japão foi diferente. No dia 7 de dezembro de 1941, fizeram o que era considerado impossível. Voaram de Tóquio, foram até Pearl Harbour, uma distância incalculável, destruíram pelo menos um terço da esquadra americana. Voltaram sem serem hostilizados, sem parada para reabastecimento.
Os EUA entram na guerra
Imediatamente o coronel dissolve o “comitê isolacionista”, se alista na Aeronáutica, combate a guerra inteira, embora fosse pacifista. No dia 11 os EUA declaram guerra ao Japão e Alemanha, Hitler comemora, incendeia o mundo inteiro, mas não percebeu, que teria que lutar contra quase todos os países.
Roosevelt nomeou o General Marshall, chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Acima dele, só o próprio presidente. É o senhor da guerra. Cria também o Comitê de Mobilização Econômica, toda a indústria civil é transformada em indústria de guerra. Pela primeira vez na História, os homens vão para as trincheiras, as mulheres para as fábricas.
Os testes na Espanha, a destruição da Polônia, a guerra TOTAL
Em 1938, na destruidora guerra civil da Espanha, proporcionalmente a maior da História. Ultrapassando a guerra civil dos EUA em 1860, e a da Rússia em 1917, que levou ao Poder os comunistas de Lênin e Trotsky, o carrasco Stalin ainda não existia.
Hemingway volta a ser citado. Junto com Pablo Neruda. Assistiu o fuzilamento do grande poeta Gabriel Garcia Lorca. Eram os únicos civis. Neruda fez um poema em homenagem ao grande amigo, poema rabiscado imediatamente. Começava assim: “Mataram a Federico, quando la luz assomave”. Eram 6 horas da manhã. Naquela época, fuzilamentos e duelos se realizavam às 6 da manhã.
1º de setembro de 1939
Hitler e Stalin invadem a Polônia, destroem o país, em dezembro está tudo liquidado. Stalin “volta para casa”. Hitler espera uma palavra da França e Inglaterra, palavra que não veio. Chamberlain e Daladier são demitidos, Churchill assume na Inglaterra.
Em março, as “panzer divisions” do general Guderian, tranquilamente entraram em Paris. Nesse mesmo mês de 1940, Hitler vai a Paris ocupada. De lá resolve ir Versalhes, visitar o vagão onde os alemães se renderam em 1918. Não fica nem cinco minutos, não há o que ver.
1940, 1941, 42 e uma parte de 43, Alemanha e Inglaterra travam luta aérea de destruição mútua. Os Spitfires, (ingleses) e os Messerschmitts, (alemães), não deixam nada intacto.
Hitler só “pensa” na União Soviética
Em 1946, depois da constituinte, terminada a guerra, faço minha primeira viagem à Europa. Visito Coventry, ou o que restou da cidade inglesa. E Colônia, na Alemanha, igualmente desaparecida. Horror e assombro.
A destruição era tal que não houve a Copa do Mundo de 1942 e de 1946. Nem a Olimpíada de 1940 e 1944. Grandes atletas, gerações perdidas pela ambição e alucinação de dois assassinos, Hitler e Stalin.
Em 1943, Hitler comete o mesmo erro de Napoleão em 1810
Invade a União Soviética, Stalin está esperando. O frio é o mesmo que derrotou Napoleão em 1810, frio de 40 e até 50 graus abaixo de zero. Napoleão lutava com cavalos, Hitler com tanques. Eram massacrados da mesma forma. Só que Napoleão era um gênio, Hitler um assassino.
Os americanos abrem a Segunda Frente
Ganhando e perdendo em todos os continentes, Hitler tem que se envolver em conspirações internas, resiste. Só não consegue deter o formidável ataque comandado de longe pelo General Marshall, que colocou no comando seu assessor, General Eisenhower. Que por causa disso é eleito presidente em 1952, o general Marshall nem quis conversar sobre o assunto.
1945, acaba a guerra para Hitler. Truman amaldiçoa a vitória, usa a bomba atômica
O destino foi injusto com Roosevelt, o extraordinário artífice da vitória. O homem que conseguiu unir Churchill e Stalin, como se pode ver nos encontros de Ialta e Teerã. Assumindo para o quarto mandato, Roosevelt morre em abril de 1945, a TERRÍVEL GUERRA MUNDIAL, termina em 8 de maio desse mesmo 1945.
Hiroshima e Nagasaki
O mediocríssimo Truman assume, e sempre com receio do general McArtur, atira a primeira bomba nuclear da História. O Japão não entendeu, Truman jogou a segunda, rendição total. De 1945 até agora, o mundo não deixou de ter “guerras localizadas”.
PS- Perguntaram ao genial Einstein, como seria a TERCEIRA GUERRA MUNDIAL. Resposta: “Se for nuclear, a QUARTA será com paus e pedras é o que sobrará”.
PS2- Enquanto escrevo, esse idiota da Coréia do Norte grita para o mundo: “Se a Coréia do Sul nos atacar, pode surgir um CONFLITO NUCLEAR”.
PS3- Que mundo esse em que mais de 7 bilhões podem ser atingidos por um imbecil.
PS4- Sem falar na interminável guerra entre a riqueza faraônica e a pobreza astronômica. As duas crescendo na mesma proporção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário