O GLOBO - 28/12
Os mais novos prejudicados pela política de mais intervencionismo e menos mercado são as empresas do setor petroquímico, que usam a nafta como importante insumo
Há mais de uma década, o Governo vem promovendo uma bagunça nos preços da energia, através de subsídios para alguns energéticos, sem que haja uma lógica econômica ou planejamento na escolha dos “eleitos”.
No campo dos combustíveis, o Governo parece ter optado por eleger “preferidos nacionais”, como a gasolina, o diesel, o óleo combustível e o GLP, que vêm ganhando uma artificial competitividade, sem se importar com os “perdedores” como o etanol, o bunker para navio, o gás natural e o querosene de aviação. O gás natural, que compete diretamente com o óleo combustível e o GLP, vem perdendo competitividade, uma vez que seu reajuste de preço é vinculado ao mercado internacional. Isso vem provocando estagnação do mercado, impedindo investimentos no aumento da oferta e na infraestrutura de gasodutos, justo num momento em que o mundo inicia a era de ouro do gás natural.
O etanol se tornou inviável como combustível veicular, com o fim da Cide e a defasagem do preço da gasolina em aproximadamente 15% com relação ao mercado internacional em 2013. O resultado é a redução de investimentos e fechamento de usinas. O desalinhamento de preços da energia cria soluções econômicas absurdas, como a substituição do transporte de cabotagem por rodoviário de caminhão, em função da perda de competitividade do bunker, em relação ao diesel. O setor de aviação, também, se sente um patinho feio e se questiona por que só o setor automobilístico se beneficia com a política de preços dos combustíveis.
Os mais novos prejudicados pela política de mais intervencionismo e menos mercado são as empresas do setor petroquímico, que usam a nafta como importante insumo. Como a Petrobras vem enfrentando perdas no caixa para manter o diesel, a gasolina e o óleo combustível com preços artificialmente baixos, a estatal pretende incorporar os custos de importação da nafta, o que pode acarretar uma elevação de até 5% no preço do insumo.
O resultado desse intervencionismo nos preços da energia são devastadores para as empresas. No setor elétrico, a Eletrobras, ao aceitar a redução das tarifas, no processo de renovação de suas concessões, se descapitalizou, comprometendo a viabilidade financeira das suas coligadas como Furnas e Chesf. No resultado acumulado entre janeiro e setembro de 2013, o prejuízo é de R$ 787 milhões, que se compara a um lucro de R$ 3,62 bilhões registrado no mesmo período de 2012. A Petrobras passa por um verdadeiro calvário, caixa reduzido pela política de preços, endividamento crescente, queda brutal no valor de suas ações e tendo pela frente um ambicioso Plano de Negócios da ordem de US$ 240 bilhões para os próximos cinco anos. Tudo isso já causa preocupações em relação ao cumprimento de suas metas de produção de petróleo.
Os efeitos de longo prazo do abandono da racionalidade econômica em relação à política de preços da energia provocarão grande impacto no comportamento da economia brasileira nos próximos anos. Isso porque o sinal econômico dado por essa política populista e intervencionista leva as empresas a fazerem investimentos em tecnologias que consomem as energias, cujos preços são subsidiados. O resultado é um país que incentiva o transporte individual em detrimento do coletivo, é um país que beneficia as energias sujas e não as limpas, é um país rico em energia e que transforma esse insumo num fator de perda de competitividade para a indústria e promove apagões.
Os mais novos prejudicados pela política de mais intervencionismo e menos mercado são as empresas do setor petroquímico, que usam a nafta como importante insumo
Há mais de uma década, o Governo vem promovendo uma bagunça nos preços da energia, através de subsídios para alguns energéticos, sem que haja uma lógica econômica ou planejamento na escolha dos “eleitos”.
No campo dos combustíveis, o Governo parece ter optado por eleger “preferidos nacionais”, como a gasolina, o diesel, o óleo combustível e o GLP, que vêm ganhando uma artificial competitividade, sem se importar com os “perdedores” como o etanol, o bunker para navio, o gás natural e o querosene de aviação. O gás natural, que compete diretamente com o óleo combustível e o GLP, vem perdendo competitividade, uma vez que seu reajuste de preço é vinculado ao mercado internacional. Isso vem provocando estagnação do mercado, impedindo investimentos no aumento da oferta e na infraestrutura de gasodutos, justo num momento em que o mundo inicia a era de ouro do gás natural.
O etanol se tornou inviável como combustível veicular, com o fim da Cide e a defasagem do preço da gasolina em aproximadamente 15% com relação ao mercado internacional em 2013. O resultado é a redução de investimentos e fechamento de usinas. O desalinhamento de preços da energia cria soluções econômicas absurdas, como a substituição do transporte de cabotagem por rodoviário de caminhão, em função da perda de competitividade do bunker, em relação ao diesel. O setor de aviação, também, se sente um patinho feio e se questiona por que só o setor automobilístico se beneficia com a política de preços dos combustíveis.
Os mais novos prejudicados pela política de mais intervencionismo e menos mercado são as empresas do setor petroquímico, que usam a nafta como importante insumo. Como a Petrobras vem enfrentando perdas no caixa para manter o diesel, a gasolina e o óleo combustível com preços artificialmente baixos, a estatal pretende incorporar os custos de importação da nafta, o que pode acarretar uma elevação de até 5% no preço do insumo.
O resultado desse intervencionismo nos preços da energia são devastadores para as empresas. No setor elétrico, a Eletrobras, ao aceitar a redução das tarifas, no processo de renovação de suas concessões, se descapitalizou, comprometendo a viabilidade financeira das suas coligadas como Furnas e Chesf. No resultado acumulado entre janeiro e setembro de 2013, o prejuízo é de R$ 787 milhões, que se compara a um lucro de R$ 3,62 bilhões registrado no mesmo período de 2012. A Petrobras passa por um verdadeiro calvário, caixa reduzido pela política de preços, endividamento crescente, queda brutal no valor de suas ações e tendo pela frente um ambicioso Plano de Negócios da ordem de US$ 240 bilhões para os próximos cinco anos. Tudo isso já causa preocupações em relação ao cumprimento de suas metas de produção de petróleo.
Os efeitos de longo prazo do abandono da racionalidade econômica em relação à política de preços da energia provocarão grande impacto no comportamento da economia brasileira nos próximos anos. Isso porque o sinal econômico dado por essa política populista e intervencionista leva as empresas a fazerem investimentos em tecnologias que consomem as energias, cujos preços são subsidiados. O resultado é um país que incentiva o transporte individual em detrimento do coletivo, é um país que beneficia as energias sujas e não as limpas, é um país rico em energia e que transforma esse insumo num fator de perda de competitividade para a indústria e promove apagões.
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