quinta-feira, 3 de outubro de 2013

No Rio de Janeiro, um triste papel das autoridades constituídas


Carlos Newton
Enquanto a criminalidade aumenta, em função da “política” de segurança do governador Sergio Cabral, que fez acordo com os traficantes do Rio, uma mulher pobre, desempregada, é presa e levada a uma delegacia de Polícia, para ser “processada” por ter jogado na rua um papel de bala, que inclusive ela tentou retirar da calçada, antes de ser detida.
Este é o retrato do Brasil, um país de factóides e de marketing político, onde o que interessa são as aparências. A instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) seria uma grande iniciativa se não tivesse havido o pacto com os traficantes, que passaram a vender drogas discretamente, por delivery (entrega doméstica), com motoqueiros.
Sem medo da polícia, os traficantes então mandaram embora seus “soldados”, que desceram para o asfalto do Rio de Janeiro e para as cidades próximas, na Baixada Fluminense, em São Gonçalo e Niterói, todas também com criminalidade crescente.
GRANDE NEGÓCIO
Para os soldados da PM, o melhor negócio do mundo é trabalhar nas UPPs, com faturamento garantido pelos traficantes e sem risco de vida, pois as ocorrências na favelas são ridículas – briga de marido e mulher, embriaguês, som alto, coisas assim.
O melhor exemplo dessa situação foi a prisão de um soldado da PM no morro da Coroa, em Santa Teresa, três meses depois de instalada a tal UPP. Ele estava com 13 mil reais no bolso da farda, em dinheiro vivo, vejam que cidadão próspero.
Os números do aumento da criminalidade não mentem. Leiam o artigo de Pedro do Coutto, publicado hoje cedo aqui no Blog, e vejam como a máscara de Sergio Cabral está sendo arrancada de sua face bochechuda.

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