domingo, 20 de outubro de 2013
O Itamaraty tem hoje mais de 300 porteiros, vigilantes, datilógrafos e motoristas de fora dos quadros do Serviço Exterior Brasileiro (SEB), trabalhando em missões como Washington, Paris e Lisboa. Uma exceção prevista na lei que rege o serviço virou regra. Todos recebem pagamento em dólar, verba indenizatória, auxílio-mudança e pagamento de aluguel para exercer funções que poderiam estar nas mãos de funcionários contratados localmente, com custos bem menores à União. Levantamento mostra pelo menos 349 servidores de fora do quadro do SEB, que pertencem ao Plano de Cargos e Salários (PCC) e estão atuando em 228 postos, incluindo embaixadas, consulados e vice-consulados. Os salários mais baixos pagos a esses servidores no Exterior estão em torno de 4.500 dólares, com verbas indenizatórias em torno de 2.000 dólares. Os mais altos podem chegar a mais de 9.000 dólares, com verbas indenizatórias de 3.000 dólares. Em uma conta conservadora, pode-se dizer que esses servidores custam à União cerca de 2,2 milhões de dólares por mês, sem contar os aluguéis, também bancados pelo Erário. Em um caso, em Luanda (Angola), onde os imóveis são reconhecidamente caros, só um funcionário gerou uma despesa de 132.000 dólares entre junho de 2012 e julho de 2012. Ao ano, as despesas com o pessoal alcançam no mínimo 57 milhões de reais. Os salários são semelhantes aos pagos aos oficiais e assistentes de chancelaria, os primeiros de nível superior, os segundos, técnicos - contratados por concurso e que fazem parte do SEB, mas que não existem hoje em número suficiente para suprir todas as vagas existentes. No entanto, os servidores PCC custam muito mais do que trabalhadores locais. Um auxiliar de apoio — que pode ser um telefonista, recepcionista ou um motorista — recebe, se for contratado local, cerca de 1.900 dólares nos Estados Unidos. Um auxiliar administrativo, que desempenha algumas funções consulares, como tratar de vistos, 2.200 dólares. O salário mais alto é o de assistentes administrativos, que recebem 3.000 dólares, segundo informações obtidas pelo Estado nas representações diplomáticas.
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