Por Carlos Brickmann
CRIME SEM CASTIGO
O jogador Bernardo, titular do Vasco da Gama, foi sequestrado e torturado por traficantes no Complexo da Maré, no Rio – e só não foi morto, pelo que disseram dois outros jogadores que assistiram aos espancamentos e choques (e depois se desmentiram), por medo de que a polícia ocupasse a favela.
Motivo do crime: o caso de Bernardo com Dayana Rodrigues, namorada do traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder da facção criminosa Terceiro Comando Puro.
Dayana levou cinco tiros nas pernas e dois no pé esquerdo, a sangue frio, como punição por trocar de namorado.
O tal Menor P esteve preso, por tráfico de drogas, de 2003 a 2007.
Como prêmio por seu comportamento no presídio, recebeu o benefício da progressão de pena e passou ao regime semiaberto – trabalharia de dia e ficaria de noite na cadeia.
Não trabalhou nem voltou à cadeia; retornou livremente ao crime organizado, em lugar certo e sabido.
E a polícia?
Oferece 2 mil reais de recompensa a quem o denunciar. Quem arriscaria sua vida por 2 mil reais — e ainda sabendo que, por telefone, com hospedagem paga pelo contribuinte, ele continuaria comandando seus traficantes e, graças aos benefícios legais, estaria solto de novo em pouco tempo?
Mas o Menor P é um entre muitos.
Lembra do assassínio do cartunista Glauco e de seu filho, há três anos? O matador, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, foi considerado louco e ficou em tratamento. Em três anos, veja só, sarou!
A juíza Telma Aparecida Alves disse que ele será solto, embora ela não possa garantir que não voltará a cometer crimes.
E sua segurança, caro leitor? Deixa isso pra lá.
E os outros?
Que faziam na favela os jogadores Wellington, do Fluminense, e Charles, do Palmeiras, tão íntimos do pessoal que assistiram à tortura do colega Bernardo?
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