Design, arte e animais se unem em lar paulistano
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O colecionador de arte e objetos decorativos quis contar uma história. Ele elegeu um apartamento dúplex – na cobertura de um prédio da década de 1950, em Higienópolis, em São Paulo –, acrescido de mais uma unidade, o que resultou em 700 m², para abrigar suas coleções de fotos brasileiras e outras artes, como bons papéis, telas e esculturas, além de castiçais, vidros franceses, muranos e animalia, como panteras e leões, reunidas nos últimos dez anos. “Procuramos valorizar esta história, preservando e recuperando o máximo possível as características originais de época do imóvel”, diz o decorador pernambucano José Roberto Moreira do Valle, autor do projeto. Ainda que cauteloso, o trabalho de transformação foi radical: o apartamento foi abaixo, e do original ficaram apenas as quatro paredes que o cercam e a belíssima escada em confortável espiral entre os dois primeiros pavimentos, repetida em sua forma majestática entre o segundo e o último. “Abri tudo o que pude e tentei integrar todos os terraços externos e jardins”, conta o decorador.

As paredes são em preto ou branco ou de madeira. Elas acolhem basicamente antiguidades, peças de design assinado, arte brasileira moderna, como a dos concretistas Barsotti, Charoux e Sergio Camargo, e contemporânea, de Ascânio, Adriana Varejão e Macaparana (no teto,uma escultura). Há também fotos dos brasileiros Mario Cravo Neto, Claudio Edinger e Caio Reisewitz, ou feitas aqui por estrangeiros, como Pierre Verger. O mobiliário une desde os sofás-estrelas do design italiano, de couro, até peças que são ícones nacionais, como biombos, pufe e poltrona dos Irmãos Campana. E se misturam a uma rigorosa seleção vintage: poltronas e mesa de Scapinelli, sofá de Dinucci, lustres gêmeos da Venini sobre a mesa de jantar e muito mais.
Para explicar o visual rico, com tantos elementos reunidos e iluminados indiretamente por spots e luzes em sancas, José Roberto afirma: “Por conta das coleções, é uma decoração cheia. Mas, nela, procuro não ditar regras e nem definir um estilo. E, sim, fazer um todo harmônico e gostoso, com design e peças antigas, em que tudo conversa entre si”. Só resta uma pergunta: e por que tantas cozinhas? “O dono da casa adora fazer festas, receber e cozinhar. E, atualmente, dedica-se aos assados e à comida brasileira, valorizando seus ingredientes.”
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