Todo ano é igual, canais de televisão do mundo inteiro mostram imagens de pessoas se confraternizando à meia noite do dia 31 de dezembro na avenida Champs Élysées, em Paris.
Parece divertido, muito champanhe, beijos, abraços, pessoas felizes no frio de quase zero grau.
Infelizmente a única coisa verdadeira nesta imagem é o frio, porque o réveillon em Paris costuma ser bastante decepcionante mesmo para aqueles que, como eu, não dão a mais mínima importância para este evento anual.
Enquanto todas as capitais do mundo saúdam o novo ano com fogos de artifício e festa, a prefeitura de Paris ignora a data como se não existisse. Queima de fogos na Torre Eiffel, só no dia 14 de julho, para comemorar a Revolução Francesa, jamais no último dia do ano.
Eu sempre me pergunto o porquê. Dois shows pirotécnicos por ano sobrecarregariam os cofres da prefeitura? Seria esta uma maneira parisiense de se diferenciar de outras capitais do mundo? Estas perguntas ficam sem resposta a cada réveillon.
Infelizmente, o problema não é apenas a falta de fogos de artifício, mas a ausência total de programas interessantes para se fazer neste dia se você não tiver sido convidado por algum parisiense para festejar em casa.
Eu tenho que reconhecer que já participei de ótimas festas de réveillon na França, mas todas foram em casas de amigos.
Jantar na cidade no dia 31 de dezembro pode se transformar em um desafio. Como quase todos os restaurantes oferecem jantares de fim de ano é difícil conseguir uma mesa sem reservar com antecedência e desembolsar somas importantes.
O único esforço feito pela prefeitura para alegrar a noite é oferecer transporte público gratuito durante toda a madrugada. Mas o que poderia ser uma coisa boa, às vezes se transforma em catástrofe, devido ao grande número de pessoas. Também são comuns cenas de violência na Champs Élysées ou na periferia.
Tudo isso faz a Cidade Luz pouco atrativa para se passar o réveillon. Então fica o conselho para os próximos anos: evite Paris nesta época. O melhor é buscar outras paragens mais quentes, ao sul do Equador.
Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela estará aqui conosco todas as quintas-feiras.
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