Olhem, até tentei assistir ao debate TV Cultura-Estadão para a Prefeitura de São Paulo… Não consegui. Se eu ler alguma coisa interessante a respeito, comento depois. Mas assistir àquilo? Impossível. Liguei a TV no momento em que Celso Russomanno (PRB) fazia uma pergunta a Carlos Giannazi (PSOL) sobre segurança pública, que estaria muito ruim na cidade.
O homem do PSOL não teve dúvida. Com aquela sua cara que parece uma máscara de cera, paralisada pelo botox, afirmou que a segurança estaria um caos, fora do controle etc e tal. A ironia é que a capital paulista é hoje, consideradas as 27 do país, aquela em que há o menor número de homicídios por 100 mil habitantes.
Se algum outro candidato quisesse prestar esse esclarecimento, não poderia. O jornalismo também está proibido de fazer intervenção. Resultado: os candidatos mentem mais nos debates do que no horário eleitoral. Mais adiante, o mesmo Giannazi afirmou que, se eleito, não vai mais pagar a dívida da cidade com a União porque ela já teria sido paga etc e tal. E que iria governar com o povo, não com partidos conservadores. Ah, agora entendi…
E não é dia de Zorra Total.
“Esta sugerindo censura, Reinado Azevedo?” Uma ova! Estou sugerindo que o jornalismo não seja refém de pilantras. A forma dos debates precisa mudar. O UOL chegou a ensaiar uma proposta interessante, que consiste em dar aos debatedores um banco de minutos, que eles usariam como lhes parecesse melhor. Russomanno não topou. Na forma atual, o jornalismo acaba servindo de escada para pilantras e embusteiros.
De diferente mesmo no debate só o cabelo meticulosamente desalinhado de Gabriel Chalita, com alguns cachinhos caindo na testa, mas com um gel que lhe confere um brilho muito especial… Deve ter sido coisa de seu “personal populêitor Tabajara”…
As emissoras de TV e jornais que promovem debates têm de decidir até quando vão participar do que virou uma pantomima antijornalística — partindo-se do princípio, claro, de que o jornalismo tem um compromisso com a verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário