segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Em 1982, a candidatura de Brizola foi inflada como a de Russomanno hoje.



Roberto Nascimento
Em 1982, o regime militar inflou a candidatura do governador Leonel Brizola, que estava em quarto lugar nas pesquisas, para afastar o primeiro da disputa segundo o IBOPE, o deputado Miro Teixeira, e assim abrir caminho para a vitória do candidato oficial da Arena, o hoje ministro Moreira Franco.
Resultado: Brizola cresceu acima do esperado e venceu as eleições, antes tentaram utilizar um denominado Comando Delta nos computadores do TRE para contar votos nulos e brancos para o candidato Moreira. Descoberta a farsa, perderam o bonde da história e Brizola governou pelos  quatro anos alavancando o PDT.
Aqui em São Paulo, de onde escrevo essas linhas, a mesma tática está sendo utilizada tendo como ator principal o candidato Russomanno. No momento, sua pipa está subindo e tirando votos dos eleitores do PT e do PSDB e deixando nas últimas posições, os candidatos Soninha, Chalita e Paulinho da Força Sindical, os quais disputarão o último lugar da tabela eleitoral.
Na parte de cim, os três primeiros travam uma disputa acirrada pelo primeiro lugar no pódio. Pelo andar da carruagem, dificilmente Celso Russomanno deixará a ponta no primeiro turno. Logo, o segundo lugar será definido voto a voto entre Serra e Haddad. Estão tecnicamente empatados. A definição virá nos minutos finais, ou seja, nas vésperas da eleição.
Acredito que os debates na televisão e a contundência dos ataques no horário eleitoral gratuito de lado a lado serão os fatores decisivos na definição do segundo lugar.
Haddad leva pequena vantagem, em virtude da presença constante do ex-presidente Lula e de Marta Suplicy no apoio de seu candidato, enquanto o ex-presidente FHC e o atual prefeito Kassab apóiam timidamente o candidato Serra. Para ganhar uma eleição, não se pode nem ao menos dormir direito, quanto mais agir vagarosamente na campanha. FHC, um intelectual, não fala aquilo que o povo quer ouvir, pois seu academicismo aflora em sua retórica arrastada.
O recado está dado, agora o segundo turno é outra eleição, então o segundo colocado no primeiro vencerá com certa tranquilidade o cavalo paraguaio. Tem sido assim nas eleições majoritárias, ocorrendo o contrário, pode ser considerada uma tremenda zebra.
Vamos esperar para ver. Deixem as paixões de lado e analisem a luz da lógica e da realidade.

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