08/12/2012
Magu
O Noronha, num dia em que as libações alcoólicas haviam passado um pouco do limite, lá na reunião dos delinqüentes geriátricos, no bar do posto, contou-nos que, na sua juventude, havia sido motorista de táxi, numa época de dureza, fins da década de 1960, em que não conseguia emprego e seu primeiro casamento estava indo para a pica do saci. Um amigo trabalhava com o táxi dele de dia, e à noite o emprestava.
O ponto era no Aeroporto de Congonhas. Uma noite, entra no táxi um senhor muito elegante, recém-chegado do vôo noturno do Rio de Janeiro. Pede ao Noronha para levá-lo para casa. Vinham conversando. A viagem não era muito rápida, porque ainda não existia a Avenida Ruben Berta. O senhor dizia que estava muito cansado, pois viajava amiúde. Ele morava num prédio de luxo, na Praça da República, atrás do Colégio Caetano de Campos. Pouco antes de chegar, passando alí na boca do luxo, na rua Araújo, onde havia uma boate, Clube das Mulheres, o senhor vê uma senhora elegante com um vestido vemelho bonito, bem decotado, entrando na boate. Reconhecendo-a, ele pede ao chofer que dê uma volta no quarteirão e volte à porta da boate. Quando ele encostou, o senhor tirou do bolso um maço de notas, separou algumas, entregou-lhe e disse: – Aqui estão dois mil cruzeiros. São seus se você tirar de dentro desse Clube aquela mulher vestida de vermelho que acaba de entrar. Mas vá tirando e cobrindo de pancada, sem contemplação, porque aquela desgraçada é minha mulher. Noronha, que estava numa pior, aceita de cara e entra na boate. Cinco minutos depois, sai arrastando uma mulher pelos cabelos, com o rosto sangrando, desgrenhada e gritando todos os impropérios conhecidos no mundo. O senhor no táxi vê a cena e percebe, horrorizado, que a mulher está de vestido verde e sai do carro rapidamente para alertar o motorista. – Pare, pare. O senhor errou. Esta não é minha mulher. Como o senhor confundiu vermelho com verde? O senhor é daltônico? Noronha respondeu: – Fique tranqüilo, senhor. Esta é a minha mulher. Já volto lá para pegar a sua!
O Noronha, num dia em que as libações alcoólicas haviam passado um pouco do limite, lá na reunião dos delinqüentes geriátricos, no bar do posto, contou-nos que, na sua juventude, havia sido motorista de táxi, numa época de dureza, fins da década de 1960, em que não conseguia emprego e seu primeiro casamento estava indo para a pica do saci. Um amigo trabalhava com o táxi dele de dia, e à noite o emprestava.
O ponto era no Aeroporto de Congonhas. Uma noite, entra no táxi um senhor muito elegante, recém-chegado do vôo noturno do Rio de Janeiro. Pede ao Noronha para levá-lo para casa. Vinham conversando. A viagem não era muito rápida, porque ainda não existia a Avenida Ruben Berta. O senhor dizia que estava muito cansado, pois viajava amiúde. Ele morava num prédio de luxo, na Praça da República, atrás do Colégio Caetano de Campos. Pouco antes de chegar, passando alí na boca do luxo, na rua Araújo, onde havia uma boate, Clube das Mulheres, o senhor vê uma senhora elegante com um vestido vemelho bonito, bem decotado, entrando na boate. Reconhecendo-a, ele pede ao chofer que dê uma volta no quarteirão e volte à porta da boate. Quando ele encostou, o senhor tirou do bolso um maço de notas, separou algumas, entregou-lhe e disse: – Aqui estão dois mil cruzeiros. São seus se você tirar de dentro desse Clube aquela mulher vestida de vermelho que acaba de entrar. Mas vá tirando e cobrindo de pancada, sem contemplação, porque aquela desgraçada é minha mulher. Noronha, que estava numa pior, aceita de cara e entra na boate. Cinco minutos depois, sai arrastando uma mulher pelos cabelos, com o rosto sangrando, desgrenhada e gritando todos os impropérios conhecidos no mundo. O senhor no táxi vê a cena e percebe, horrorizado, que a mulher está de vestido verde e sai do carro rapidamente para alertar o motorista. – Pare, pare. O senhor errou. Esta não é minha mulher. Como o senhor confundiu vermelho com verde? O senhor é daltônico? Noronha respondeu: – Fique tranqüilo, senhor. Esta é a minha mulher. Já volto lá para pegar a sua!
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