Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
19.11.2012
| 12h00m
"A mais bela das fotos não valerá jamais o que vale um belo desenho – depois da descoberta da fotografia nos disseram isso muitas vezes – mas o mais belo dos desenhos poderá substituir o mérito da fotografia, testemunha insubstituível do instante, substituta privilegiada da realidade?" Brassaii
Gyula Halász (1899/1984) (à esquerda), fotógrafo, poeta, escultor, desenhista, ficou célebre por suas dramáticas fotos de Paris. Recebeu de Henry Miller a alcunha de O Olho de Paris. Nascido na Transilvânia, quando aquela região ainda era parte da Hungria (mais tarde seria anexada à România), estudou Artes em academias de Budapeste e Berlim antes de ir morar em Paris, na metade dos anos 20.
Não tinha o menor interesse por fotografia, antes pelo contrário, achava que aquilo não era arte. Até conhecer o trabalho feito por seu conterrâneo,André Kertész.
Ficou tão impressionado que resolveu estudar e se dedicar a esse meio totalmente novo para ele. E tomou uma boa providência: mudou de nome já que o seu era muito difícil de pronunciar, que dirá decorar. Escolheu Brassaii em memória de sua cidade natal, Brasso, que era também, reza a lenda, a cidade natal do Conde Drácula.
Apaixonou-se por Paris e com sua câmera saiu fotografando a cidade, quase sempre à noite. Ganhava a vida fotografando para jornais e revistas, ilustrando artigos e matérias, mas à noite passou a fotografar já com a intenção de publicar um livro sobre o lado escuro de Paris.
O livro, Paris de Nuit, é uma coleção fascinante de tipos de má fama, a típica fauna do bas fond da Paris dos anos 20/30: prostitutas, cafetinas, travestis, rufiões, chicaneiros e todo tipo de viciados.
"Bijou", a 'madame' dos cabarés de Montmarte
Legenda desnecessária
Nos bastidores do Folies Bergères
Amanhece nas escadarias de Montmartre
Publicado em 1933, o livro é considerado até hoje um dos mais notáveis ensaios fotográficos daquela primeira metade do século XX.
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