quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Dilma telefona para Alckmin e acerta ajuda para São Paulo Oferta inclui a transferência de presos para presídios federais e foi feita em telefonema da presidente ao governador Geraldo Alckmin



Laryssa Borges, de Brasília, e Jean-Philip Struck, de São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anuncia medidas de transparência na administração pública
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Presidente Dilma Rousseff ligou para o tucano e ofereceu ajuda federal para conter aumento da criminalidade no estado. (Cris Castello Branco/Governo de SP)
O governo federal e o estado de São Paulo anunciaram nesta quinta-feira que atuarão em conjunto para conter a onda de crimes no estado. A oferta foi feita pelo Planalto. Na tarde desta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) telefonou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e sugeriu a elaboração de um plano integrado de segurança pública. O governador ficou satisfeito com a oferta.
De acordo com o governo de São Paulo, as medidas devem incluir a transferência de chefes do crime organizado para presídios federais. Na conversa, Dilma e Alckmin não discutiram a possibilidade de a Força Nacional de Segurança Pública ser enviada ao estado. Os detalhes do plano devem ser discutidos em uma reunião marcada para a próxima semana. Segundo o governo paulista, o plano deve incluir o envio de recursos federais para a área de segurança pública que vinham sendo pedidos pela administração Alckmin. 
A solicitação foi feita pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, em junho de 2012. O Ministério da Justiça levou quatro meses para responder ao pedido. Seria uma negociação corriqueira entre esferas da administração pública não fosse a maneira como o ministro José Eduardo Cardozo abordou nesta semana o cenário de aumento de criminalidade em São Paulo: afirmou que o estado estava fechado à colaboração com o governo federal. Deu uma resposta política, imprecisa – e atrasada – a uma demanda endereçada por vias formais.
No telefonema a Alckmin, a presidente Dilma Rousseff passou longe de endossar a atitude do ministro. Sequer citou o episódio. “A presidente não participa de troca de versões. A situação de São Paulo levou a presidente a ligar e oferecer ajuda. O importante é prestar o serviço à população”, disse a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.
Agora, caberá justamente ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a interlocução com as autoridades estaduais para definir que tipo de ação conjunta contra a violência será tomada. O secretário de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o governo federal virou as costas ao estado. O colunista do site de VEJA Reinaldo Azevedo revelou o documento com o pedido de recursos enviado pelo governo paulista.
Em entrevista ao site de VEJA, José Eduardo Cardozo disse que São Paulo não apresentou um diagnóstico detalhado dos problemas de segurança pública e afirmou que o próprio secretário estadual rejeitou em junho as conclusões de um relatório do Sistema Brasileiro de Inteligência que detalhava as atividades do crime organizado na região.

“Eles pedem que a gente compre blindados, equipamento de ginástica. Vamos e venhamos, 150 milhões de reais para o estado de São Paulo, com o orçamento que tem, é nada. O governo vai destinar recursos para comprar equipamento de ginástica para São Paulo? Qual é a lógica disso?”, questionou o ministro.
 

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