segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Livro revela que Kadafi transformava estudantes em escravas sexuais


Terra

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Entre checar um email e outro, o ex-líder líbio Muammar Kadafi diariamente espancava e estuprava estudantes transformadas em escravas sexuais, revela a jornalista francesa Annick Cojean no livro Presas: No Harém de Kadafi, publicado na semana passada. Cojean reuniu relatos de garotas que foram forçadas a viver no harém do coronel. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Soraya, uma das jovens cujo relato está presente no livro, tinha 15 anos quando, em 2004, foi sequestrada por 'olheiros' de Kadafi após entregar um buquê de flores para ele durante uma cerimônia em sua escola. O ex-líder aceitou o presente e colocou a mão sobre a cabeça da menina. Soraya disse que só mais tarde percebeu que o sinal queria dizer "eu quero essa".
No dia seguinte, mulheres em uniformes apareceram no salão de beleza de sua mãe em Sirte e explicaram que Kadafi queria a menina para outra "cerimônia de buquê". Ela foi levada, viajou horas por um deserto, teve seu sangue tirado e os seios medidos antes de ser desnuda e depilada. Após ser vestida com uma pequena calcinha e um vestido justo de cetim branco, ela foi levada ao quarto de Kadafi, onde o encontrou já pelado.
"Ele segurou a minha mão e me forçou a sentar ao seu lado na cama", contou Soraya, acrescentando que não se atreveu a encará-lo. "Ele disse: 'não tenha medo. Eu sou o seu papai. Não é assim que vocês me chamam? Mas também serei seu irmão e amante, porque você ficará e viverá comigo para sempre'". A jovem afirmou que tentou resistir e foi então foi enviada para ter lições com Mabrouka, mulher responsável pelo harém de Kadafi, que recebeu ordens para educá-la e trazê-la de volta.
De acordo com o livro, Kadafi repetidas vezes estuprou, espancou e urinou em cima da adolescente nos cinco anos que ela passou em cativeiro. Algumas vezes outras garotas estavam presentes nos seus encontros com o líder. Quando alguma delas fazia sexo oral em Kadafi, ele dizia para Soraya "assistir e aprender". Mabrouka dava filmes pornôs para a jovem ver como "dever de casa".
Outra vítima, Houda, relatou à jornalista francesa que concordou em fazer sexo com Kadafi após ele prometer libertar o seu irmão. Ela tinha 18 anos na época do primeiro encontro. Kadafi teria abusado dela nos próximos cinco.
Famoso por sua tirania, os relatos no livro ajudam a trazer luz sobre o misterioso exército de mulheres em uniforme que sempre escoltava Kadafi em suas viagens. De acordo com a obra, em vez de fazer a segurança do líder, elas eram suas escravas sexuais e Kadafi adotava o estupro como prática diária. O ex-líder, morto em 2011 ao fim da revolução que tomou conta da Líbia, também estupraria meninos com frequência, segundo relatos de vítimas.
Cojean, repórter do jornal francês Le Monde, afirmou que os relatos presentes no livro foram a sua mais "dolorosa investigação". "Para Kadafi, o estupro era uma arma, uma forma de dominar os outros. As mulheres, obviamente, porque era fácil. Mas também homens, ao possuir suas mulheres e filhas", disse a jornalista em entrevista à rede de notícias France 24.
As informações são do jornal britânico Daily Mail.

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