Outro dia, em Nova York, passando em frente ao edifício Dakota, onde viveu e foi assassinado John Lennon, eu me peguei pensando como seria se ele fosse um compositor brasileiro. No meu devaneio, imaginei-o cantando algo assim: Imagine que não há mensalão É fácil se você tentar Sessenta e cinco impostos a menos Para você pagar. Imagine seu salário Pagando as contas e sobrando.
Imagine que não há corrupção
Não é difícil
Nada de drogas e crimes
Educação de primeira
Imagine seu salário
Sobrando no final do mês.
Não é difícil
Nada de drogas e crimes
Educação de primeira
Imagine seu salário
Sobrando no final do mês.
Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas eu não sou o único.
Espero que um dia
Você se junte a nós
E o Brasil será melhor.
Que sou um sonhador
Mas eu não sou o único.
Espero que um dia
Você se junte a nós
E o Brasil será melhor.
Imagine bons aeroportos
Será que você consegue?
Nada de fome ou miséria
E infraestrutura de primeira
Imagine seu salário
Sobrando no final do mês.
Será que você consegue?
Nada de fome ou miséria
E infraestrutura de primeira
Imagine seu salário
Sobrando no final do mês.
Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas eu não sou o único.
Espero que um dia
Você se junte a nós
E o Brasil será melhor.
Pena que John Lennon não foi um compositor brasileiro. Talvez não tivesse sido assassinado e hoje estaria tomando cuidado com as balas perdidas.
Que sou um sonhador
Mas eu não sou o único.
Espero que um dia
Você se junte a nós
E o Brasil será melhor.
Pena que John Lennon não foi um compositor brasileiro. Talvez não tivesse sido assassinado e hoje estaria tomando cuidado com as balas perdidas.
Mas, afinal, quanto custa a corrupção?
Os efeitos nocivos da corrupção são muitos e óbvios. Olhando apenas o lado econômico, ela prejudica a eficiência do gasto público e desestimula investimentos, reduzindo o crescimento, a geração de empregos, os serviços como educação e saúde, e a renda da população.
Estimar seu custo não é fácil. Corrupto não passa recibo, pelo menos não na maioria das vezes. Ainda assim, várias tentativas foram feitas para mensurar quanto é desviado da atividade produtiva através de atos corruptos no Brasil e no mundo.
Ainda que imprecisas, estimativas indicam que a corrupção reduz nosso PIB em até 2,3%, desviando, em valores atuais, cerca de R$ 100 bilhões da economia brasileira todo santo ano. Se esse dinheiro não fosse surrupiado, seria possível ampliar em sete vezes o Bolsa Família. Outra opção seria dobrar os investimentos públicos em infraestrutura, melhorando estradas, ferrovias, portos, aeroportos. Outra ainda seria abolir o Imposto de Renda sobre rendimentos do trabalho, aumentando o poder de consumo de cada um dos brasileiros. Mais uma seria extinguir o IPI e o IOF, tornando produtos e financiamentos mais baratos no País.
Infelizmente, nada disso acontecerá. Pior, essas estimativas abrangem apenas custos mensuráveis. Além deles, há custos incomensuráveis significativos. Um deles é a perda de foco de outros problemas que limitam nosso crescimento. Enquanto o País acompanha a novela do julgamento do mensalão e a CPI do Cachoeira, projetos de reformas fundamentais não são nem discutidos no Congresso.
Outro custo incalculável é a desconfiança que se lança sobre o lucro, o qual deve ser um dos principais motores de qualquer economia capitalista saudável. Quanto mais o governo se envolve em atividades econômicas, mais suspeitas – corretas ou não – recaem sobre sucessos empresariais, com menos incentivo ao empreendedorismo, e como consequência menos crescimento, riqueza e empregos.
Corrupção não é exclusividade brasileira. Estima-se que, neste ano,
o mundo perderá R$ 2,5 trilhões, equivalentes à metade de tudo que será produzido no Brasil. Eliminá-la completamente é uma utopia, mas inúmeros casos de sucesso em reduzi-la, em outros países, mostram que combatê-la ferozmente vale muito a pena.
Os efeitos nocivos da corrupção são muitos e óbvios. Olhando apenas o lado econômico, ela prejudica a eficiência do gasto público e desestimula investimentos, reduzindo o crescimento, a geração de empregos, os serviços como educação e saúde, e a renda da população.
Estimar seu custo não é fácil. Corrupto não passa recibo, pelo menos não na maioria das vezes. Ainda assim, várias tentativas foram feitas para mensurar quanto é desviado da atividade produtiva através de atos corruptos no Brasil e no mundo.
Ainda que imprecisas, estimativas indicam que a corrupção reduz nosso PIB em até 2,3%, desviando, em valores atuais, cerca de R$ 100 bilhões da economia brasileira todo santo ano. Se esse dinheiro não fosse surrupiado, seria possível ampliar em sete vezes o Bolsa Família. Outra opção seria dobrar os investimentos públicos em infraestrutura, melhorando estradas, ferrovias, portos, aeroportos. Outra ainda seria abolir o Imposto de Renda sobre rendimentos do trabalho, aumentando o poder de consumo de cada um dos brasileiros. Mais uma seria extinguir o IPI e o IOF, tornando produtos e financiamentos mais baratos no País.
Infelizmente, nada disso acontecerá. Pior, essas estimativas abrangem apenas custos mensuráveis. Além deles, há custos incomensuráveis significativos. Um deles é a perda de foco de outros problemas que limitam nosso crescimento. Enquanto o País acompanha a novela do julgamento do mensalão e a CPI do Cachoeira, projetos de reformas fundamentais não são nem discutidos no Congresso.
Outro custo incalculável é a desconfiança que se lança sobre o lucro, o qual deve ser um dos principais motores de qualquer economia capitalista saudável. Quanto mais o governo se envolve em atividades econômicas, mais suspeitas – corretas ou não – recaem sobre sucessos empresariais, com menos incentivo ao empreendedorismo, e como consequência menos crescimento, riqueza e empregos.
Corrupção não é exclusividade brasileira. Estima-se que, neste ano,
o mundo perderá R$ 2,5 trilhões, equivalentes à metade de tudo que será produzido no Brasil. Eliminá-la completamente é uma utopia, mas inúmeros casos de sucesso em reduzi-la, em outros países, mostram que combatê-la ferozmente vale muito a pena.
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