O que leva a classe política a sistematicamente a tentar impor limites à imprensa? Ou à liberdade de expressão?
Seria o incômodo causado pelos jornalistas que honram esta titulação? Certamente.
Mas quando falo em titulação não me refiro a um diploma de alguma faculdade de não consegue sequer ensinar a língua pátria, o que dizer do ofício de informar, analisar e até investigar.
O Senado Federal aprovou dias atrás a obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercício da profissão – e de forma quase unânime, à exceção de quatro senadores, sendo que o único que falou em plenário contra foi senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Espera-se que escritores, para serem publicados, tenham que provar serem formados em Letras!
Ou a um talento como Neymar ser exigido a formação em Educação Física.
A proximidade de um jornalista com um escritor e infinitamente maior que com um cabelereiro (cito por que a profissão foi regulamentada este ano, sem a exigência de diploma…).
Não se trata de julgar dispensável o ensino oferecido pelas faculdades que são sérias. Trata-se de opção. Quem achar que deva ir a uma universidade para adquirir formação específica, deve até ser valorizado quando for ao mercado de trabalho.
Mas não é razoável impedir que um médico (o dr. Drauzio Varela tem diploma de jornalista? Alguém escreve sobre saúde melhor que ele no Brasil?) ocupe um espaço na imprensa para opinar e analisar assuntos que dominam mais que quem nunca viu um estetoscópio.
Idem para psicólogos, economistas, engenheiros, especialistas em aviação, diretores de cinema e TV, músicos e atores, etc.
Parece-me mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão.
Substitui-se franklins de laboratório pelo Senado?
A imprensa não pode ser a Geni. Ou ameaçada pelo controle social da mídia ou regulamentada por quem sequer pisou em uma redação.
Substitui-se franklins de laboratório pelo Senado?
A um, movia a doentia obsessão de controlar as opiniões contrárias e implantar o pensamento único. Este sempre é mais confortável: pensamento quando é único não requer esforço algum. É como vaca em curral.
Os outros, senadores, parecem ser movidos pela tentativa de intimidação. Pela demonstração que podem interferir na liberdade de imprensa. E ferir a mesma.
Não sou jornalista. Não tenho talento e não pretendo assumir, nunca, uma posição que sei não estar preparado. Assim como não sou médico ou engenheiro.
Sou leitor. E aí, dos bons! Não existe maior democracia de exercício de função da existente no leitor! Eu leio o que quero, quando quero, do autor que desejo! Simples assim.
Leio até bula de remédio! (Dúvida: haverá necessidade de se contratar um jornalista formado para redação das mesmas?).
E quero ter o direito de ler especialistas, formados em outras áreas, que possam contribuir para meu próprio conhecimento, cultura e crescimento pessoal. Enquanto ser pensante.
Que tal exigir dos postulantes a cargos públicos ao menos o curso primário completo?
Sugiro aos srs. senadores que regulamentem a própria atividade. Que tal exigir dos postulantes a cargos públicos ao menos o curso primário completo? Seria mais proveitoso. Jornalistas não formados sabem escrever. Senadores eleitos – alguns – sequer sabem se expressar. O Brasil agradeceria.
Melhor não. Até presidentes seriam reprovados.
Por fim, nesta comparação, quem paga Jornalistas (com J maiúsculo!) não formados nas faculdades que crescem mais que erva daninha, são os diretores de empresas editoriais.
Embora uma Federação de Jornalistas (a mesma que defendia uma censura prévia à imprensa!) esteja apoiando a iniciativa. Talvez desejem recrutar nas universidades os tais “blogueiros progressistas” ou – na minha visão – os dóceis e bem pagos chapas-branca que habitam tantos espaços usando indevidamente o título de jornalista.
Mesmo não sabendo escrever e tendo como padrão de atuação, o jornalismo a favor. Uma invenção que faz Millôr (não formado) e Francis (idem) se revirarem nos túmulos.
Quem paga políticos (senadores inclusive) sem nenhuma formação que sirva para alguma coisa, somos nós, contribuintes.
Srs. senadores, tirem as patas de assunto que não precisa nem é admissível que seja regulado por quem desconhece o que seja o assunto!
Sejam, ao menos, leitores! O que duvido que sejam.
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