sábado, 11 de agosto de 2012

PETRÓLEO E OS MAUS PESSÁGIOS


Adauto Medeiros (1)

Recentemente o ócio brasileiro também conhecido como prefeitos, foram a Brasília (também conhecida como Ilha da fantasia) como grandes manadas, pressionarem a presidente da República, Dilma Rousseff para abocanhar o dinheiro do Pré-sal. A voracidade da classe política por recursos só se nivela com a sua inércia e incompetência para nada resolver naquilo que realmente importa para a sociedade.
No Brasil não há, por mais que aumentem a carga tributária – que já é imensa – dinheiro suficiente nas mãos dessa gente para as despesas das prefeituras. Simplesmente não há racionalização com o dinheiro público no Brasil. Talvez nunca tenha havido. Se eles, os prefeitos e as prefeituras, arrecadarem muito mais, não tenho dúvida que eles gastarão errado. Sem falar nos desvios e na não realização do que é importante para a sociedade e para transformar esse país numa nação de fato.
A preocupação da nossa classe política não é com a economia e nem tão pouco com aplicar os recursos nos lugares essenciais. Se assim fosse, já teríamos pelo menos um projeto (coisa que não temos) para as galerias pluviais. Ora, concordo com que seja “humano” a pessoa desperdiçar ou ter pouco cuidado com o que é alheio principalmente dinheiro que como milagre cai na conta dos prefeitos.
Pode até ser, tal atitude, humana, sendo parecido com a situação também comum em que os filhos que ainda não tem que fazer força na vida “estoura” o dinheiro dos pais. No Brasil, tal situação ocorre também com os chamados recursos públicos. Só que o dinheiro alheio, no caso o nosso, parece ter como “pai”, um povo muito permissivo. Muito liberal. A sociedade brasileira é extremamente permissiva e dócil com quem trata o seu dinheiro, no caso, os políticos. Mas não deveria ser assim.
No Brasil, a preocupação número 1 da classe política quando chega ao poder, é colocar a própria família, os correligionários e amigos na folha de pagamento e com isso infringem a lei de responsabilidade fiscal que hoje limita em 65% da arrecadação a folha com funcionários. Penso que deveria ser menos esse percentual. E como eles infringem a lei para beneficiar os “seus”, não há dinheiro (alheio) que chegue.
Isso explica em muito a falta de investimento em educação, por exemplo, que hoje mantém 3,5 funcionários para cada professor em sala de aula, enquanto na OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento da Educação) são 2 professores por 1 funcionário, por ai, você imagine o resto.
Aqui mesmo na nossa cidade, Natal/RN, segundo informou a nossa mídia, o prefeito anterior aumentou a folha de pessoal em 100 milhões de reais por ano (foto). Tem contribuinte que agüente financiar a ferro e fogo esta irresponsabilidade fiscal cometida pelo agente público? E, no entanto, esse mesmo senhor agora quer ser novamente prefeito. Pode? Pelo jeito a sociedade gostou, pois ele vem liderando as pesquisas nas intenções de voto. O que é uma lástima.
Não tenho dúvidas que o dinheiro das prefeituras deveria ter um fim especifico e uma conta separada, pois era mais fácil para a fiscalização. No Canadá, o governo faz o orçamento do ano seguinte e quando não gasta todos os recursos devolve ao contribuinte. Se os nossos políticos falam tanto no povo, porque ao invés de devolver o dinheiro não gasto para os governos, não devolve para a população? Talvez a idéia fosse aprovada se o dinheiro não gasto fosse para os sindicatos ou para os partidos políticos. Ai sim, os políticos entrariam de vez no céu, se bem, que penso eu, com documento falso. Ou turmazinha para gostar de infringir a lei! Vade retro.
(1)Engenheiro civil e empresário. adautomedeiros@bol.com.br
(2) Foto: Carlos Eduardo Alves, candidato líder à prefeitura de Natal RN

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