Carlos Newton
Parece brincadeira, mas é verdade. Não respeitam nem mesmo as determinações do Congresso Nacional, através de suas Comissões Parlamentares de Inquérito. Dois meses após receber a ordem de encaminhar à CPI do Cachoeira a movimentação bancária do governador Agnelo Queiroz (PT-DF), o BRB (Banco de Brasília), controlado pela gestão do petista, ainda não entregou as informações.
O pedido de quebra de sigilo, para revelar quem recebeu e depositou dinheiro na conta de Agnelo nos últimos dez anos, foi feito em 18 de junho, com um prazo de dez dias para a resposta. Mas a direção do BRB não está nem aí;
Em 2 de julho, o BRB pediu mais 90 dias para cumprir a ordem, mas a extensão do prazo não foi concedida, conforme a presidência da CPI. E o atraso é incomum. Outros bancos têm contribuído com a investigação parlamentar, e essa é a primeira vez que a comissão teve de formalizar uma reclamação devido à demora para a entrega dos dados.
Diante do atraso, a presidência da comissão enviou, no dia 6, um ofício à presidência do BRB cobrando celeridade. “Essa renomada instituição financeira não tem dado a devida importância às informações relativas à transferência de sigilo bancário solicitadas por essa CPI”, escreveu na carta o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da comissão, citando que a demora “tem promovido atraso no desenvolvimento de nossos trabalhos”.
A carta foi endereçada ao diretor-presidente do BRB, Jacques de Oliveira Pena. Filiado ao PT, ele fora indicado ao cargo pelo próprio Agnelo. Antes, já havia sido secretário da Casa Civil e do Desenvolvimento Econômico, sempre no governo do petista.
Queiroz está todo enrolado
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DELTA E LOBBY
DELTA E LOBBY
A CPI investiga se Agnelo beneficiou em seu governo a empreiteira Delta –da qual o empresário Carlinhos Cachoeira era sócio oculto, no entender da Polícia Federal.
Segundo dados da Receita Federal enviados à CPI, Agnelo movimentou, só no ano passado, R$ 491 mil em contas do BRB, entre débitos e créditos. Essas informações fiscais não contêm a origem e o destino do montante.
Em uma conta do banco, Agnelo recebeu, em 2008, R$ 5.000 do lobista Daniel Tavares, que atuava para o laboratório farmacêutico União Química quando o hoje governador era um dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além de Agnelo, o banco tem de entregar à comissão dados dos últimos dez anos de outros cinco investigados.
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