FOLHA DE SP - 04/08
Sete ministros, usando carros oficiais e no horário de expediente, acompanharam a presidente Dilma em sabatina. Constrangimento? Nenhum
O instituto da reeleição no Brasil ainda é recente na vida política do nosso país, mas já nos leva a refletir sobre sua conveniência ou não para a nossa recém-consolidada democracia.
Neste ano, depois de quatro eleições presidenciais e aos governos estaduais sob a égide da reeleição, ainda vemos um rol de abusos de alguns governadores e da presidente da República ao atropelarem a frágil legislação eleitoral e administrativa para combatê-los.
Nesta semana, sete ministros de Estado, usando carros oficiais e no horário de expediente, acompanharam a candidata-presidente na sabatina da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Constrangimento? Nenhum.
Usaram e abusaram sem vergonha da máquina pública, na função de ministros, para dar o seu apoio à petista que tenta se reeleger para continuar ocupando o mais graduado cargo da República. Péssimo exemplo!
Infelizmente, não é o primeiro caso nem será o último.
O uso de carros oficiais é rotineiro e não tem a relevância econômica de alguns outros episódios que assistimos, como por exemplo o caso da federalização da companhia de energia de Goiás, a Celg, que poderá ser efetivada no final do mandato presidencial e estadual de duas autoridades públicas que buscam a reeleição.
No apagar dos seu mandatos, a presidente Dilma Rousseff e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), tentam acertar a compra e a venda da Celg por R$ 400 milhões, apesar de um estudo da Universidade Federal de Goiás, de 2011, que estimava o valor da empresa na ordem de R$ 6,5 bilhões.
Além do disparate de preços e avaliações, o abuso se caracteriza aqui pela audácia em se alienar um patrimônio do povo goiano faltando cinco meses para terminar o mandato do governante. Em 2010, ano eleitoral, Marconi Perillo divulgou uma carta como vice-presidente do Senado criticando exatamente o governo anterior por negociar a Celg.
Por que os dois representantes da União e do Estado não se entenderam ao longo de três anos e meio? Por que realizar esse negócio às vésperas das eleições? Para reforçar o caixa de um governo estadual que, por ineficiência administrativa, vem pedindo empréstimos a outros poderes locais, aliás negados?
É um completo uso e abuso da máquina pública, como se a Celg fosse um bem patrimonial deles e não do povo goiano. Pedirei explicações ao Ministério de Minas e Energia sobre a condução dos entendimentos, o seu desfecho neste momento eleitoral e vou recorrer à Justiça se essa federalização realmente ocorrer, sempre em defesa do Estado de Goiás.
Esses casos exemplificam o motivo de eu defender o fim da reeleição no Executivo, que evitaria o uso da máquina pública e o governante teria como única opção manter o foco em seu mandato.
Sete ministros, usando carros oficiais e no horário de expediente, acompanharam a presidente Dilma em sabatina. Constrangimento? Nenhum
O instituto da reeleição no Brasil ainda é recente na vida política do nosso país, mas já nos leva a refletir sobre sua conveniência ou não para a nossa recém-consolidada democracia.
Neste ano, depois de quatro eleições presidenciais e aos governos estaduais sob a égide da reeleição, ainda vemos um rol de abusos de alguns governadores e da presidente da República ao atropelarem a frágil legislação eleitoral e administrativa para combatê-los.
Nesta semana, sete ministros de Estado, usando carros oficiais e no horário de expediente, acompanharam a candidata-presidente na sabatina da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Constrangimento? Nenhum.
Usaram e abusaram sem vergonha da máquina pública, na função de ministros, para dar o seu apoio à petista que tenta se reeleger para continuar ocupando o mais graduado cargo da República. Péssimo exemplo!
Infelizmente, não é o primeiro caso nem será o último.
O uso de carros oficiais é rotineiro e não tem a relevância econômica de alguns outros episódios que assistimos, como por exemplo o caso da federalização da companhia de energia de Goiás, a Celg, que poderá ser efetivada no final do mandato presidencial e estadual de duas autoridades públicas que buscam a reeleição.
No apagar dos seu mandatos, a presidente Dilma Rousseff e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), tentam acertar a compra e a venda da Celg por R$ 400 milhões, apesar de um estudo da Universidade Federal de Goiás, de 2011, que estimava o valor da empresa na ordem de R$ 6,5 bilhões.
Além do disparate de preços e avaliações, o abuso se caracteriza aqui pela audácia em se alienar um patrimônio do povo goiano faltando cinco meses para terminar o mandato do governante. Em 2010, ano eleitoral, Marconi Perillo divulgou uma carta como vice-presidente do Senado criticando exatamente o governo anterior por negociar a Celg.
Por que os dois representantes da União e do Estado não se entenderam ao longo de três anos e meio? Por que realizar esse negócio às vésperas das eleições? Para reforçar o caixa de um governo estadual que, por ineficiência administrativa, vem pedindo empréstimos a outros poderes locais, aliás negados?
É um completo uso e abuso da máquina pública, como se a Celg fosse um bem patrimonial deles e não do povo goiano. Pedirei explicações ao Ministério de Minas e Energia sobre a condução dos entendimentos, o seu desfecho neste momento eleitoral e vou recorrer à Justiça se essa federalização realmente ocorrer, sempre em defesa do Estado de Goiás.
Esses casos exemplificam o motivo de eu defender o fim da reeleição no Executivo, que evitaria o uso da máquina pública e o governante teria como única opção manter o foco em seu mandato.
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