terça-feira, 5 de agosto de 2014

POEMA DA NOITE Democratura, por Vinícius Cruz


Cinquenta anos depois, 
Feijão, arroz,
Pão e circo,
Entre o milico e o subversivo,
Mantém-se vivo o desejo por mudança,
Ainda criança, aspirando liberdade
morreu na saudade, 
Sem circo e sem pão,
Com doses diárias de lixo digital
Onde tudo é normal no umbral da influência,
ciência do desprezo,
global televisão
golpe de visão e falta de candura,
manter a ditadura através da ignorância
e transformando o inferno no país da Dona Alice,
da infância à velhice,
todos têm programação.
Com direito a pés descalços
a miséria continua,
nosso povo vai à rua 
exigir revolução,
inocente, vai a frente
pra lutar contra o vilão
sem saber que em cada lar
em cada bar, em cada vida
a liberdade é medida em polegadas de prisão.
Impossível essa missão,
Assim, distante da cultura,
Nessa tal “democratura” ninguém tem opinião
ser soldado é grito em vão, nesse chão de coronéis
Grossa manipulação, dois quadrados coloridos
Divididos entre a Copa, e os papéis da reeleição.

Vinícius Cruz tem 38 anos, é carioca, flamenguista e professor de artes marciais. Teve seu primeiro contato com a poesia no fim dos anos 90, por meio de dois grandes amigos e poetas: Sergio Gramatico Junior e Pedro Lago. Atualmente trabalha na publicação de seu primeiro livro.

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