O GLOBO - GERMANO OLIVEIRA e TATIANA FARAH
"Propaganda foi vista previamente por Lula e Dilma; partido fará pesquisas para checar se tática deu certo"
SÃO PAULO e brasília Foi em conversas com a alta cúpula petista, que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da sigla, Rui Falcão, e o ex-ministro Franklin Martins, que o marqueteiro João Santana teve a ideia do vídeo "Fantasmas do passado", que gerou polêmica por criar um clima de medo nos eleitores. Falcão conversou com integrantes da direção do PT no encontro nacional do partido, há 15 dias, em São Paulo, entre eles José Américo Dias, secretário nacional de Comunicação, e o deputado José Guimarães (CE), vice-presidente do partido. Eles traçaram as linhas gerais do que pretendiam e as repassaram para Santana, que criou a peça publicitária.
A propaganda foi vista previamente por Rui, Lula e pela presidente Dilma Rousseff. Dirigentes explicam que, apesar da confiança em João Santana, é regra no PT que todas peças sejam aprovadas por esse núcleo.
— Antes de ir ao ar, a campanha foi passada para todos eles por e-mail e causou grande impacto. Mostra a linha da nossa campanha: comparar o que foi feito por Fernando Henrique Cardoso e as conquistas obtidas nos governo Lula e Dilma. Não é a exploração do preconceito que foi feita pelo PSDB em 2002, mas compara as conquistas dos governos FH e do PT — disse Dias.
A propaganda foi vista previamente por Rui, Lula e pela presidente Dilma Rousseff. Dirigentes explicam que, apesar da confiança em João Santana, é regra no PT que todas peças sejam aprovadas por esse núcleo.
— Antes de ir ao ar, a campanha foi passada para todos eles por e-mail e causou grande impacto. Mostra a linha da nossa campanha: comparar o que foi feito por Fernando Henrique Cardoso e as conquistas obtidas nos governo Lula e Dilma. Não é a exploração do preconceito que foi feita pelo PSDB em 2002, mas compara as conquistas dos governos FH e do PT — disse Dias.
Ontem, Falcão negou que a propaganda seja apelativa e instaure medo:
— Terrorismo é querer acabar com a valorização do salário mínimo, com os juros subsidiados, é dizer que vão baixar a inflação por decreto. Acho surpreendente que tenham vestido a carapuça — disse o petista.
A partir de hoje, o PT começa a testar nas ruas, com pesquisas cujos resultados serão divulgados internamente, se a estratégia deu certo. Na propaganda de um minuto, apresentada nas inserções gratuitas de TV, personagens são confrontados com suas imagens de um suposto passado. De terno, um trabalhador se vê desempregado. Uma adolescente se vê moradora de rua. O narrador diz que não se pode voltar atrás.
A partir de hoje, o PT começa a testar nas ruas, com pesquisas cujos resultados serão divulgados internamente, se a estratégia deu certo. Na propaganda de um minuto, apresentada nas inserções gratuitas de TV, personagens são confrontados com suas imagens de um suposto passado. De terno, um trabalhador se vê desempregado. Uma adolescente se vê moradora de rua. O narrador diz que não se pode voltar atrás.
Guimarães disse que a peça é resultado da "construção política do PT":
— Vamos usar essa linha neste momento inicial da campanha eleitoral. O vídeo tocou muito a militância do partido. Estamos virando o jogo, que começou com o discurso de Dilma no 1º de Maio e culminou com o encontro do PT em São Paulo, no qual o "Volta, Lula" foi sepultado.
Essas ações já haviam sido antecipadas por Falcão no documento "Tática eleitoral e política de alianças" elaborado por ele e aprovado no encontro nacional, em São Paulo há 15 dias. No item 12 do documento, o PT diz que o "primeiro desafio político da campanha é articular a defesa das grandes conquistas obtidas pelo povo brasileiro durante os governo Lula e Dilma com a proposta de um novo ciclo de desenvolvimento e inclusão, que amplie a aprofunde os avanços anteriores".
Essas ações já haviam sido antecipadas por Falcão no documento "Tática eleitoral e política de alianças" elaborado por ele e aprovado no encontro nacional, em São Paulo há 15 dias. No item 12 do documento, o PT diz que o "primeiro desafio político da campanha é articular a defesa das grandes conquistas obtidas pelo povo brasileiro durante os governo Lula e Dilma com a proposta de um novo ciclo de desenvolvimento e inclusão, que amplie a aprofunde os avanços anteriores".
Reação de campos surpreende
No Planalto, a surpresa ficou por conta da reação do ex-governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência e ex-aliado do PT, pois o recado não era para ele, e sim para o tucano Aécio Neves, também pré-candidato à Presidência. A estratégia do PT é polarizar o debate político com Aécio, e não com Campos, e mostrar a diferença entre os dois projetos de governo.
A socióloga Vera Chaia, do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP, explica que a "estratégia do medo" é uma constante nas campanhas eleitorais e foi usada pelo PT em outras eleições, como em 2006, quando a sigla disse que havia risco, em caso de vitória de Geraldo Alckmin (PSDB), de se retomar o programa de privatizações e acabar com o Bolsa Família.
— O medo é uma moeda forte nas campanha porque mexe com as emoções do eleitor. Em 2002, quando o PSDB mostrou Regina Duarte dizendo que tinha medo e foi dito que Lula fecharia as igrejas evangélicas, o PT fez um trabalho fantástico em termos de estratégia, até na definição do candidato a vice-presidente, José Alencar, que era religioso. Fez a "Carta aos brasileiros" e tomou outras medidas.
Autora do estudo "Eleições no Brasil: o medo como estratégia política", Vera explica que os partidos trabalham com esse sentimento também nos subterrâneos das campanhas, quando apontam que o adversário pode tomar atitudes contrárias aos princípios do eleitorado.
O vídeo é o mais compartilhado da página do PT no Facebook. Até ontem à noite, eram mais de 8.700 compartilhamentos e 3.600 curtidas. Os comentários, porém, estavam divididos: entre os que são a favor, o tom era de euforia; mas houve também uma chuva de críticas. A avaliação no Youtube é negativa: dos 930 que avaliaram o vídeo, 660 não gostaram, e 270 aprovaram.
A socióloga Vera Chaia, do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP, explica que a "estratégia do medo" é uma constante nas campanhas eleitorais e foi usada pelo PT em outras eleições, como em 2006, quando a sigla disse que havia risco, em caso de vitória de Geraldo Alckmin (PSDB), de se retomar o programa de privatizações e acabar com o Bolsa Família.
— O medo é uma moeda forte nas campanha porque mexe com as emoções do eleitor. Em 2002, quando o PSDB mostrou Regina Duarte dizendo que tinha medo e foi dito que Lula fecharia as igrejas evangélicas, o PT fez um trabalho fantástico em termos de estratégia, até na definição do candidato a vice-presidente, José Alencar, que era religioso. Fez a "Carta aos brasileiros" e tomou outras medidas.
Autora do estudo "Eleições no Brasil: o medo como estratégia política", Vera explica que os partidos trabalham com esse sentimento também nos subterrâneos das campanhas, quando apontam que o adversário pode tomar atitudes contrárias aos princípios do eleitorado.
O vídeo é o mais compartilhado da página do PT no Facebook. Até ontem à noite, eram mais de 8.700 compartilhamentos e 3.600 curtidas. Os comentários, porém, estavam divididos: entre os que são a favor, o tom era de euforia; mas houve também uma chuva de críticas. A avaliação no Youtube é negativa: dos 930 que avaliaram o vídeo, 660 não gostaram, e 270 aprovaram.
Publicado no Globo de hoje. Colaborou Luiza Damé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário