Pedro do Coutto
Na semana que passou, segundo reportagem de O Globo de sábado, 19, de autoria de Fernanda Kracevics, Silvia Barreto e Efrém Ribeiro, a presidente Dilma Rousseff afirmou ao governador Eduardo Campos que será candidata à reeleição e pediu o apoio do governador de Pernambuco.
Como a informação, que partiu de Campos, foi confirmada pelo jornal, com isso a atual presidente da República iluminou bastante o quadro sucessório, afastando a perspectiva, pelo menos aparentemente, do retorno de Lula. Uma frase atribuída a ela, publicada entre aspas, é enigmática. Disse a Eduardo Campos: o PSB é fundamental para nós. Se você é candidato ou não isso não altera.
Ficou no ar uma colocação relativa à maioria do Partido Socialista, já que Eduardo Campos depende da convenção nacional. Se vier a se tornar candidato a presidente, entretanto poderá ser pela oposição, já que a candidatura governista está definida. Nesta hipótese, o adversário de Eduardo Campos será Aécio Neves, nome praticamente já lançado pelo PSDB. Com isso, o eleitorado disponível se estreita e a luta passa a ser para definir quem irá a um possível segundo turno. Como aconteceu, por exemplo, em 89, quando Lula alcançando 16% superou Brizola pela margem de um ponto. Por estas diferença foi para o segundo turno contra Fernando Collor. Este é apenas um exemplo de uma competição apertada.
Mas para o governo o apoio do PSB é extremamente importante. Caso contrário, Dilma Rousseff não teria mantido o diálogo que manteve. Inclusive sob o comendo de Campos, o Partido Socialista Brasileiro cresceu muito nas últimas eleições. E ele próprio alcançou uma vitória por larga margem ao derrotar Jarbas Vasconcelos e se reeleger para o governo estadual.
Dilma Rousseff aliás, praticamente encontra-se em campanha política. É inclusive desvincular qualquer ato ou atitude de quem preside o país do quadro político. Mas no Piauí, ela vestiu um belo gibão de couro que lhe foi oferecido por um prefeito. A foto publicada pelo O Globo ficou muito boa.
ATÉ 2014…
O texto, falando na campanha pela reeleição, melhor ainda. Depois de visitar cidades do interior do Piauí, ao chegar a Teresina, a presidente afirmou que pretende erradicar a pobreza extrema do país até 2014. O ano das eleições. Na capital, lançou as primeiras unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.
Bem, voltando a Eduardo Campos, de acordo com a reportagem, ele não disse a Dilma se vai ser candidato ou se apoiará sua nova candidatura. Nem poderia, sobretudo porque o PSB ocupa dois ministérios. Rousseff certamente já esperava esta resposta, porém aproveitou o encontro também para acentuar que será candidata e tomar o pulso de Eduardo Campos e movimentar o PSB, para ver se a disposição da legenda ter candidato próprio está mesmo firme, ou se significa um jogo de cena, tradicional na política, ppara obter maior cobertura administrativa do governo federal.
Seja como for, as declarações de Dilma tornaram-se o fato político mais significativo da semana quepassou e abriram o campo para uma série de reflexos e desdobramentos. O panorama sucessório ganhou mais nitidez, além de maior balizamento. O panorama sucessório ganhou mais nitidez, além de maior balizamento. O ex-presidente Lula, pelo que os sintomas indicam, deverá ser candidato a senador, por São Paulo, uma vitória segura, através da qual, na campanha, fortalecerá o projeto da permanência do PT no Planalto. Este, o quadro de hoje. Quanto ao amanhã o futuro dirá.
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