quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O Futuro na Encruzilhada ou Um Passeio por D.C., por Daniela Diniz


Daniela Diniz
Uma pequena parada na frente da Casa Branca, e nada mais. Há tempos, turismo para mim se traduz em correr pelas ruas da cidade, com fone no ouvido e uma boa musica. Mas algo inevitavelmente melancólico acontece, diante dos museus fechados, o Abraham Lincoln gradeado, as placas de "this site is closed" (Esse local está fechado).
Se alguém me dissesse semana passada que eu estaria em Washington, por de traz de meu computador eu teria rido. Se me dissessem a 15 dias atrás que estaria aqui, e o governo estadunidense todo fechado, eu teria chamado todos de loucos... Afinal, em 1996 eu ainda estava (pre)ocupada demais com a prova bimestral de matemática.
Mais loucos ainda, se garantissem que o governo americano fecharia pela incapacidade de chegar um acordo politico sobre o orçamento federal. Tudo bem, que nós brasileiros estamos acostumados àquela farra no fim do ano no congresso, todas as cartas na mesa, nas mangas, saindo pelos acordos. Os deputados correndo para aprovar o orçamento, ganhando hora extra por não terem feito o que deveriam nas segundas e sextas do ano inteiro.
Mas parar tudo porque não se pode executar um orçamento por falta de aprovação legislativa é, no mínimo, declarar guerra... Mas contra quem, é que os americanos ainda não conseguem dizer. Aponta-se dedos para todos os lados e ninguém olha para o espelho.
É ainda mais difícil acreditar, quando o pano de fundo de tudo, é o sistema de saúde. Na terra da democracia, ainda não se sabe ao certo o que deve ou não ser direito dos cidadãos.


Entre o 8 do sistema inteiramente privado e caro e o 80 da obrigatoriedade de seguro contratado para todos com algum subsídio federal, não seria possível conversar?
Pelo visto, não querem conversa, nem voto. Alguma cigana poderá me dizer como farão, quando chegar o próximo dia 17 e a dívida nacional for a pauta?
Enquanto isso, os empregados federais olham o tempo passar pela janela. Os turistas, os memoriais pela grade. E o futuro, sem saber para onde ir, fica sentado na encruzilhada.

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