terça-feira, 15 de outubro de 2013

É triste a vida de um país que não tem capital


Flávio José Bortolotto
O leilão do campo petrolífero de Libra, com reservas estimadas de 8 a 12 Bilhões de barris, é o preço que o Brasil paga por ter um governo que sempre operou/opera endividado e em duplo déficit, (fiscal e do balanço de pagamentos), e ser uma economia dependente subcapitalizada.
Libra deverá render, em cerca de 30 anos, um faturamento (não lucro), a preços atuais, de US$ 1,2 trilhões, mas requer investimentos de até US$ 500 bilhões, nos próximos dez anos.
Então temos três alternativas: 1) ir explorando lentissimamente, só com a Petrobras, que hoje tem lucro de US$ 10 a 20 bilhões/ano, e ainda tem que investir muito em refinarias, ajudar na industrialização do Brasil etc., pois ela não é uma petroleira pura. 2) ou nos associar a terceiros, que entrem com capital; 3) ou deixar essa reserva intocável para o futuro.
Dentro dessas circunstâncias, o governo Dilma/Temer fez a opção de leiloar Libra, mas com condições que resguardam o interesse nacional: Contrato de Partilha (mínimo 40% do petróleo/gás pertencentes à União, ganha o leilão quem oferecer a maior percentagem); a Petrobras como única operadora dos consórcios formados, para ter total controle de tudo e resguardar os segredos da exploração em águas profundas, pois que tudo se passa dentro de megaplataformas de bandeira BR, e a obrigação de se construir as megaplataformas, navios-sondas, navios de transportes, rebocadores, equipamentos submarinos, árvores de natal, dutos, cabos, bombas, robôs submarinos etc., etc., no Brasil e com mínimo de 65% de componentes nacionais.
A meu ver, é o melhor que se pode fazer, quando não se tem capital. E é triste a vida de quem não tem capital.

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