Roberto Monteiro Pinho
A justiça é mal administrada? Estariam os magistrados em rota de colisão com a condução dos tribunais? Questões sinuosas integram o elenco das dificuldades que enfrentam os presidentes e dirigentes dos tribunais. Levantamento da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) com 1.228 juízes de primeira instância em todo o País (7,7% da magistratura) detectou que 85% das varas da Justiça Federal estão sobrecarregadas, havendo em cada uma mais de mil processos em andamento.
A pesquisa revelou que 99% dos magistrados entrevistados confessaram não saber qual é o porcentual do orçamento do tribunal para sua unidade de trabalho. Eles reivindicaram uma distribuição mais racional dos recursos.
Como os critérios são superados e a gestão orçamentária é pouco transparente, isso resulta em gastos equivocados e desnecessários, além de extravagâncias, como a aquisição de automóveis de luxo para desembargadores e ministros e a construção de suntuosas sedes para os tribunais de segunda e terceira instâncias.
Segundo a AMB, a desorganização administrativa e a bagunça financeira no Poder Judiciário chegaram a tal ponto que, para o fórum da pequena comarca de Chaves, uma cidade com 17,3 mil habitantes do Estado do Pará, o Tribunal de Justiça encaminhou no ano passado mais móveis do que as instalações físicas das varas comportavam.
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