domingo, 25 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO SEM POLÍTICA, por Rapphael Curvo


Charge por Roque Sponholz
É muito fácil perceber que o ensino no Brasil, em todos os níveis, não se acha no melhor caminho, no melhor rumo. Já se vão décadas em que a educação está em queda vertiginosa em relação a sua  qualidade, ao seu aproveitamento, a sua produtividade e capacidade de fornecer ao mercado bons técnicos e profissionais. O ensino nas escolas brasileiras se tornou algo figurativo em que professores são desestimulados a ensinar e alunos a aprender. Por ter se tornado um campo de grande empregabilidade política, independente de qualificação para o exercício da atividade, a área educacional aos poucos foi sendo corroída nos seus valores de fonte do saber e profissão de respeito, ética e honradez. Hoje, a baixa qualificação, de alunos e mestres, é que impera neste vital setor para o desenvolvimento de qualquer País.
00rs0713bÉ fundamental alguma atitude de ruptura com a forma em que está sendo administrado o ensino no Brasil. Remendos não são mais aceitáveis e menos ainda possíveis nas situações alarmantes e lastimáveis em que está a educação em todo o território brasileiro. Aberrações das salas de aulas no sertão nordestino é algo surreal. O que se pode esperar da juventude que vem desde a tenra idade recebendo um ensino de baixíssima qualidade? Serão homens de pouca produtividade profissional, de curto espaço intelectual, de fraquíssimo desempenho criativo e inovador e desprovido de determinação pela falta de conhecimento. Qual a razão desta situação na educação brasileira? São inúmeras, entre as quais a maior delas, carro chefe das demais, que é o domínio político via infiltração de movimentos ideológicos e grupais. Essa permissão vem da falta de autoridade na área, em todos os níveis, advinda de interesses eleitorais, o chamado curral político.
Por ser da maior importância à Nação e dada a natureza do comportamento político enraizado na lide administrativa educacional no Brasil, a única solução plausível e eficaz é realizar o rompimento da Educação com a estrutura de governo. Separando o setor da educação da influência direta do governo, será possível estabelecer um novo conceito no ensino neste País, acredito que será o primeiro a uma atitude de tamanha envergadura. Com a fonte de recursos aprovada recentemente, será possível implementar tal ação e tornar a educação eficiente e com possibilidades de enorme avanço no seu projeto pedagógico com resultados diretos e acelerados no desenvolvimento social e econômico. Uma administração central e com escritórios em todas as capitais brasileiras resolveria o fluxo de demandas operacionais e administrativas.
A administração da Educação no Brasil estaria a cargo de um Conselho formado por reitores de Universidades brasileiras, eleitos pelos seus pares e de todas as Instituições de ensino superior no Brasil, tendo como órgão executor diretorias de cunho nacional e regionais. Com orçamento próprio e de seu exclusivo controle, a Educação faria todo o dinheiro chegar ao seu destino final. Esta forma de administração para a educação tornaria viável e rápida a resposta que o ensino brasileiro necessita para avançar. Desvinculada da influência política, o seu quadro administrativo pode ser mais eficiente, produtivo e inovador em suas propostas de políticas educacionais.
Estas colocações buscam por alternativa ante a situação caótica da educação do Brasil, desde a educação infantil até o curso superior. Não se observa avanços significativos e com isso o País passa e vive momentos de impactos negativos em todas as áreas profissionais tendo que importar especialistas e tecnologias o que representa um alto custo científico, de conhecimento. Reafirmo o que já escrevi em outros artigos de que o Brasil tem apenas 3,8% de sua população com curso superior completo. Isto é resultado de lastimável situação do ensino desde a infância e que tem sequência no ensino fundamental onde começam as perdas irreparáveis às gerações de jovens brasileiros que abandonam as escolas motivadas pela falta de conhecimento para seguir em frente.
Aí vem o governo com cursos intermediários como EJA, validação do ENEM para ensino médio e outros para tentar salvar a situação dos que ficaram pelo caminho. Milhares de jovens e seus sonhos estão sendo jogados na lata de lixo. O diploma escolar pouco vale a esses jovens que não pensam mais em futuro e muitos estão tomando o rumo de vários “Black Bloc” que estão disponíveis aos sonhadores mutilados. Vale a pena a Educação sem política.
Jornalista e Adv. Rapphael Curvo
Adv. Ellen Maia Dezan Curvo
OAB/SP 275669

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