24 de agosto de 2013 | 9h06
Redação
GUSTAVO COLTRI
Trabalhar em uma salinha comercial não significa estar privado de conforto, pelo contrário. Os novos projetos reúnem um pouco do que há de melhor nos empreendimentos corporativos e até no residenciais para a criação de ambientes adequados a pequenas e médias empresas e a profissionais liberais.
As áreas comuns dos comerciais transformaram-se em grandes espaços de convivência, muitas vezes servidos com wi-fi. O empreendimento Praça Pamplona, da incorporadora Brookfield e com conjuntos partindo dos 32 metros quadrados, tem, por exemplo, um bosque de 2 mil m² e diferenciais como um centro social e cultural.
“De uns cinco anos para cá, houve uma mudança de postura no mercado. Antes, simplesmente se pensava que um empreendimento comercial deveria ter uma portaria e as salas. Hoje não. As empresas viram que devem criar facilidades nos edifícios”, diz o superintendente comercial da empresa, Carlos Eduardo Fernandes.
Em alguns projetos, as áreas de lazer estão bem acima das nossas cabeças. O pré-lançamento Gatel, uma parceria da R. Yazbek Participações e da Rofer Incorporadora, com salas de 42 m² ou mais, terá um rooftop – ou uma cobertura sofisticada com lounge, bar e até um mirante para a zona sul da capital.
Internamente, itens pouco usuais podem surpreender. O edifício Thera Office, da incorporadora Cyrela Brazil Realty, oferece até academia e espaço beauty nas áreas comuns. Outros projetos buscam priorizar a funcionalidade dos trabalhadores. “Muitos empreendimentos têm oferecido o sistema de pay per use (os serviços pagos). Há opções de gestão patrimonial, entrega delivery, aulas de idioma e até concierge”, diz o diretor de desenvolvimento de produto da imobiliária Abyara Brasil Broker, Fabio Cataldi.
Na zona Oeste, o lançamento LED Barra Funda, da OR – Odebrecht Realizações Imobiliárias, terá em seu edifício comercial um business center com sala de reunião e serviços de escritório, além de pacotes avulsos para a limpeza e manutenção dos conjuntos, com metragens variando entre 34 m² e 75 m². O prédio integra um complexo de uso misto com residências, uma edificação hoteleira e uma pequena alameda comercial voltada ao atendimento da comunidade dos condomínios.
O diretor regional da OR para São Paulo, Paulo Aridan Mingione, diz que os complexos mixed use permitiram levar aos edifícios comerciais grande parte das facilidades antes restritas aos corporativos. Os dois mercados geralmente coexistem nos novos empreendimentos imobiliários, graças à possibilidade de conjugação de vários conjuntos comerciais em lajes.
O desenvolvimento dos projetos leva em conta essa versatilidade dos prédios e oferece algumas sofisticações para as pequenas salas. Hoje, lançamentos de padrão mais elevado possuem infraestrutura para que conjuntos pequenos possam ter forros modulares para a passagem de sistemas de ar-condicionado e pisos elevados.
A configuração básica dos imóveis também inclui espaços, pelo menos, para uma copa compacta e áreas aptas para a construção de um segundo sanitário. “Alguns prédios têm varandas, que podem ser espaços destinados para o descanso dos funcionários”, diz diretora de serviços corporativos da imobiliária Herzog, Simone Santos. Essa estratégia é, inclusive, radicalizada em alguns edifícios.
Externo. Na Vila Madalena, o edifício Natingui Corujas, da incorporadora Ideia!Zarvos, tem três andares, grandes janelas, amplos terraços e jardins para seus escritórios, com, pelo menos, 114 m². “Trabalhar com a janela aberta e sem a necessidade acender a luz deveria ser uma condição para todos os empreendimentos. Na Vila Madalena, mais ainda”, diz o fundador da empresa, Otavio Zarvos.
Além da arquitetura arrojada, com muita madeira, um dos diferenciais do projeto é o oferecimento de um bicicletário e de um vestiário para os ocupantes. Essa, aliás, tem sido uma tendência para os edifícios comerciais. O pré-lançamento Win Work Ibirapuera, da Adolpho Lindenberg, também terá um espaço para bikes. Com salas de 63 m² ou mais, o edifício fica próximo do Parque do Ibirapuera.
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