quarta-feira, 26 de junho de 2013

TEAMWORK: A ESSÊNCIA DO TRABALHO EM TIMES


Por Luís Marins
1.       O ser humano é um ser gregário – um ser social – foi feito para viver em grupos. O Ermitão, o isolado, o sozinho é uma exceção, é um exótico;
2.     Desde a sociedade primitiva – nas tribos – caçar, pescar, coletar frutos e raízes silvestres – são atividades feitas em grupo. Sem o grupo, o primitivo perde a sua identidade que é dado pela sua linhagem, pelo seu clã, pela sua tribo;
3.      Vivemos num mundo em rápida transformação – os próximos 5 anos devem mudar que os últimos 30 anos mudaram. E para vencer os desafios da competitividade, as empresas devem ser criativas e inovadoras;
4.      A verdade é que quando trabalha em grupo, o resultado é maior do que a simples soma das idéias individuais. Esse é o grande segredo do “teamwork”;
5.    Além disso, o trabalho em grupo é um exercício de humildade – muitas vezes as pessoas acham-se “donas da verdade” e quando suas “verdades” são submetidas ao crivo de outras pessoas, percebem outra realidade;
6.      Muitas vezes temos idéias arraigadas – pré-concebidas, temos “pré-conceitos”. O trabalho em grupo nos fará ouvir, discutir, e nos fará considerar novas hipóteses que a nossa “história” não nos deixava ver;
7.      Não vamos neste vídeo dar nenhuma “técnica de trabalho em grupo”. São inúmeras as técnicas – qualquer livro as explica. Cada caso exigirá uma técnica específica que será mais ou menos indicada para que o resultado seja o melhor;
8.      O essencial, porém, é que todos “sintam-se” ouvidos, partícipes. Que ninguém “sinta-se” excluído. E aqui o importante é “sentir-se”. Não basta dar a “oportunidade” para alguém participar. Os mais introvertidos e tímidos devem ser “estimulados” a participar;
9.      E como há pessoas introvertidas e extrovertidas – é fundamental que antes de qualquer trabalho em grupo, seja dado um tempo e uma oportunidade para que individualmente cada um pense no tema. Muitas pessoas quando vão diretamente ao trabalho em grupo sentem-se “sufocadas” pelos mais falantes, pelos mais extrovertidos e não conseguem elaborar suas idéias. Assim, é preciso que tenham um tempo individual anterior ao trabalho em grupo;
10.    No grupo, o coordenador deve ser bem orientado. Ele não é o “dono” do grupo. Deve estimular a participação e principalmente “levar em conta” o que todos dizem sobre o assunto;
11.    Há também que se pensar muito na formação do grupo. Uma pergunta comum é: o grupo deve ser homogêneo – isto é – composto por pessoas do mesmo setor, diretoria, etc. ou deve ser heterogêneo – isto é – composto por pessoas de setores sempre diferentes. A resposta é: depende do que você quer como resultado. Pessoas do mesmo setor são capazes de oferecer uma visão mais estreita, porém mais profunda do setor. Pessoas de setores diferentes poderão dar uma visão mais ampla, mas mais superficial do tema. Uma sugestão é a de fazer duas sessões, uma heterogênea e outra homogênea, para ver se as conclusões são diferentes ou similares;
12.    Quando você tem um grupo grande, por exemplo, 30 pessoas – é preferível dividir em 6 grupos de 5 do que 5 grupos de 6. Primeiro porque sempre opte por um número ímpar para evitar os famosos “empates”. E depois, grupos menores, são sempre mais produtivos do que grupos muito grandes onde sempre alguém ficará “de fora”;
13.    Vou dar um exemplo bem prático de um trabalho em grupo para ser feito com êxito e simplicidade:
Suponhamos que você tenha 30 pessoas para o trabalho. Faça o seguinte:
(a)          Antes da reunião, tendo conhecimento dos participantes, você já deve formar os grupos, com a ajuda de alguém que os conheça. Decida se fará grupos homogêneos ou heterogêneos de acordo com o tema;
(b)           Na sala principal da reunião – com todos juntos, dê o tema e faça com que cada um tome 5 ou 10 minutos para individualmente pensar sobre ele e escrever alguma conclusão;
(c)           Divida os grupos. Peça ao grupo que indique para o grupo um coordenador. Oriente para que o grupo traga um consenso que será apresentado, oralmente e por escrito, numa folha grande para os demais participantes do grande grupo. O grupo deve indicar um apresentador, nem sempre precisa ser o coordenador das discussões. Indique o prazo para a reunião do grupo. Você, como coordenador geral do trabalho, fique passando de grupo em grupo para ver se compreenderam bem a tarefa e se está indo tudo bem;
(d)           No prazo marcado, peça a cada coordenador que coloque o seu papel à frente da sala do grande grupo – um ao lado do outro – e comece as apresentações;
(e)           Cada grupo apresenta as suas conclusões;
(f)             Após cada grupo apresentar, forme rapidamente mais 6 grupos de 5 pessoas, mas desta vez com os 5 que estão sentados um ao lado do outro (esse grupo será diferente do formado por você – e com boa dose de acerto será formado por pessoas mais amigas entre si e mais homogêneas) e peça a elas para que “votem” – por grupo – isto é – escolham um dos trabalhos dos grupos anteriormente formados;
(g)           Assim, você obterá um verdadeiro consenso do grande grupo que teve as seguintes oportunidades:
q       Pensar individualmente sobre o tema;
q       Discutir num grupo suas opiniões;
q       Discutir as opiniões dos grupos, uma terceira vez;
14.   Há grupos que trabalham por pouco tempo e há grupos formados para trabalharem um tempo mais longo – como nos casos dos programas de qualidade, produtividade, etc.
15.    O acompanhamento dos grupos de longa duração é fundamental para o seu sucesso. Aí vale sempre uma conversa dos superiores e até a participação esporádica no grupo para ver como as pessoas estão se comportando e se todos estão realmente tendo a oportunidade que precisam ter para enriquecer as conclusões;
16.    Outra forma muito comum para promover a participação de todos é dar um número – supondo de 1 a 5 – para cada membro do primeiro grupo. Nas discussões seguintes você pede para que se reunam num mesmo grupo todos os número 1 – todos os número 2 e assim por diante. Você criará grupos diferentes a cada vez;
17.    E há ainda que se trabalhar com os “grandes egos” de cada pessoa no grupo – há vários tipos de pessoas que podem ser jocosamente tipificados como:
(a)    A “coruja” – fica só olhando. Não fala. Não participa;
(b)    O “macaco” – fica só fazendo piadinhas o tempo todo com os participantes e com o tema;
(c)    O “jacaré” – só abre a boca. Quer mais é dormir;
(d)    O “porco-espinho” – não se pode contrariá-lo – ele solta logo os espinhos;
(e)    O “jumento” – logo para dar um coice em alguém do grupo;
(f)      A “águia” – pega as idéias dos outros para torná-las suas – está sempre à espreita de uma nova idéia para dizer que é sua;
Enfim, num grupo há de tudo – todos os bichos. É uma verdadeira selva! Mas justamente essa “biodiversidade” é que fará o sucesso da empresa, assim como faz o sucesso da floresta. Cada um contribuindo da sua forma, do seu jeito, com as suas características é que darão à empresa a possibilidade de criar coisas novas, inusitadas, surpreendentes, que encantarão seus clientes e farão da empresa o sucesso que ela precisa ser para vencer os desafios deste século XXI.

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