quarta-feira, 26 de junho de 2013

CONTINUANDO A PRESSIONAR


Orlando Sabka
Vinte anos se passaram para que o povo brasileiro acordasse da letargia em que se encontrava. Os governos sucessivos davam ao povo pão e circo, mais migalhas do que alimento digno e, com a manipulação da grande mídia, comprada a peso de ouro, total ênfase às mentiras deslavadas apresentadas como verdadeiras ao público.roque panis O carnaval, então, endeusado, belas mulatas, como também o futebol, as novelas envolventes e programas sem nenhum proveito ou mensagem de bem, algo que se pudesse aproveitar na maioria algo digno de se jogar no lixo. Mas nossa gente, a grande massa populacional, sem uma estrutura familiar, cultural e educacional, é de fácil manobra pela maioria dos políticos que visavam tão somente o voto do povo e jamais atender suas necessidades. Os anos foram passando, as roubalheiras aumentando, assim como a impunidade. O Congresso Nacional deixou de ser a Casa do Povo, para se tornar balcão de negociatas para seus membros e grupos interesseiros.
Os serviços públicos como saúde, educação, segurança pública, transporte, moradia, saneamento básico, creches, etc. sempre deixaram a desejar e, na última década, mais do que nunca, algo jamais imaginado que pudesse acontecer em nosso país, uma vez que a arrecadação de impostos sempre foi extraordinária, mas a destinação dos recursos era desviada para finalidades inconfessáveis e, ultimamente, para a construção de suntuosos estádios de futebol, como se isso fosse prioridade número um, relegando nossa gente ao esquecimento, ao abandono, ao “deus” dará. A população se tornou massa de manobra por parte de políticos inescrupulosos, muitos deles ligados ao governo federal e nossa gente marchava silenciosamente igual gado para o matadouro. Triste realidade.
Mas, como existe limite para todas as coisas, a gota d’água foi o aumento geral no transporte urbano e suburbano no país em 20 centavos. O povo acordou da letargia, dessa sonolência provocada pelas mentiras, repetidas mil vezes e deslumbres dos espetáculos e foi às ruas protestar e reivindicar seus direitos constitucionais. Justo, democrático e dentro da Lei. Direto de exigir o retorno dos impostos caríssimos pagos em forma de serviços de primeira e não as migalhas que o governo e os políticos deixavam cair das mesas opulentas onde se empanturravam, acompanhados de vinhos finos e champanhas importados, enquanto que milhões de brasileiros passavam fome e sede, na mais completa miséria e abandono, sem nunca sequer vislumbrar um horizonte de esperança. O povo clama por dignidade, direitos e respeito.

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